Brasil, um país de maricas

A extrema-direita tinha certeza de que as maricas voltariam para o armário, mas se deu o contrário e é marica para todos os lados

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Não bastasse o presidente da República, Jair Bolsonaro, ter comemorado a morte de um voluntário da vacina Coronavac, mais tarde, durante cerimônia no Palácio do Planalto, que deveria tratar de temas relativos ao turismo brasileiro, ele se utilizou de declarações homofóbicas para se queixar sobre a pandemia.

“Tudo agora é pandemia. Tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas, pô. Olha que prato cheio para a imprensa, hein? Para a urubuzada que está ali atrás… Temos que lutar. Peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa? A geração hoje em dia é toddynho, nutella, zap. É uma realidade”, declarou.

Essa declaração de Bolsonaro é só mais uma que se soma a tantas outras de ódio à comunidade LGBT e às masculinidades não tradicionais.

Mas, apesar dos sucessivos ataques da velha masculinidade, as maricas não arrefecem na luta, estão nas ruas encarando o fascismo e denunciando o governo.

A extrema-direita tinha certeza de que a maioria das maricas voltaria para o armário. Porém, as maricas são teimosas e se deu justamente o contrário: é marica para todos os lados. Nas ruas, na TV, na novela, na igreja, no discurso do Papa, na política, nas artes etc.

A maior manifestação pública de maricas acontece no Brasil.

Porque sim, o Brasil é o país das maricas.

As maricas, ainda que perseguidas, são tudo, menos covardes, como gostaria o presidente da República. E são as maricas e a “geração toddynho” que vão impor derrotas ao "bolsonarismo" nas eleições deste ano e nas próximas.


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