E se a Sara Winter for nazista?

Sara Winter, "queridinha" de Damares Alves que vai trabalhar na Secretaria Nacional da Mulher, tem cruz nazista tatuada, leu Hitler, filmou banda nazi e namorou nazista. O que mais falta?

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“À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”

  Conta a história que em 1 de Maio do ano 62 a.C., na festa da “Bona Dea”, um festival semestral em celebração às deusas pagãs da colheita e da maternidade, em especial Damia ou Deméter, exclusivo das “mulheres de Roma”,  Pompéia, a segunda mulher de Júlio César, foi assediada por Publius Clodius, que resistiu a ele. Mas, todos os romanos souberam do fato e César decretou o divórcio de Pompéia. César sabia que Publius Clodius não havia conseguido o intento: “Então porque se divorciou da sua mulher?”, era a pergunta mor no Senado. A resposta tornou-se famosa: “A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita”. Isso gerou o famoso ditado: "À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta.” Antes que alguém grite - “machismo!”,- essa frase nos lembra que os ocupantes de cargos públicos e seus parceiros devem estar acima de qualquer suspeita. Não devem deixar dúvida quanto seu caráter, quanto seu valor, quanto sua índole. Obviamente, no Brasil, nem César, nem a mulher de César parecem acima de qualquer suspeita. Ao contrário. Mas, essa semana, a suspeita passou da conta. Porque além de desonesta, a mulher do César da vez não parece apenas desonesta, tem trajetória nazista. Em 2012 eu já questionava o “feminismo” de Sara Winter, por desejar se assemelhar tanto ao nome que ela escolheu como pseudônimo. Aliás, Sarah Winter née Domville-Taylor (de 1870 a 1944) foi o nome de uma espiã hitlerista e nazista britânica, membro da União Britânica dos Fascistas e era a queridinha de Hitler. Por que alguém mantém um nome assim? Na época eu questionei sua cruz de ferro nazista tatuada no peito (nem tente me convencer que não se trará disto, Mon Chéri, pelas cerejas estampadas por perto, porque pra mim elas são a cereja do topo do seu bolo simbólico totalitário!). Ela já disse admirar Hitler e Plínio Salgado e agora argumenta que foi uma fase. E defendia uma nudez estética, bela, e sem conteúdo feminista. Suas fotos da época do FEMEN faziam referências claras ao escultor de Genius da Vitória, Adolf Wamper. Quatro estátuas serviram para ilustrar o ideal de feminino na Alemanha nazi: as quatro estações. E lembra as xilografias das camponesas de Ernst von Dombrowski, outro artista nazista que ela conhecia da época que fotografava e filmava bandas nazistas. Vejam a semelhança: [caption id="attachment_166374" align="aligncenter" width="213"] Sara no FEMEM[/caption] [caption id="attachment_166375" align="aligncenter" width="227"] Cyclus[/caption] Em xilogravuras da época, outro artista, Ernst von Dombrowski , reforça esta natureza ninfa nas camponesas: [caption id="attachment_166376" align="aligncenter" width="286"] Ernst von Dombrowski (1896-1985), Cenas de vida dos camponeses na Alemanha[/caption] Como escrevi em meu blog, nem tudo que reluz é ouro, diziam nossas avós. Nem todo nu é libertário, aprenderam suas netas. Como eu disse, ela tinha um vida fotografando bandas nazis e postando sobre elas. Isso em 2012. Portanto, junto com sua “atuação” (no sentido de atuar, como atriz) no movimento feminista. O líder da banda na foto abaixo cobra o vídeo para divulgação do show, postado posteriormente em sites neonazis. Em um antigo blog ela entrevistou a banda Stuka. A entrevista está disponível aqui. Sara namorou durante mais de um ano e meio um conhecido nazista ligado a bandas anti-semitas. Parte do namoro se deu, inclusive, durante o tempo que estava na FEMEN. O ultra-feminismo foi uma forma dela chamar a atenção da imprensa de maneira rápida, para depois posar de arrependida, e de anti-feminista, e ganhar dinheiro com isso, com livros, palestras e agora, conseguir um cargo, visto que não foi eleita (sim, ela concorreu). Mas, o nu, se não é libertário, garante sucesso numa sociedade tão complexa quanto a nossa, em que Fernanda Lima denuncia com seu programa global o quanto sexualidade ainda é tão tabu, em que plásticas financiadas em 24x no cartão de crédito apontam a possibilidade de comprar o corpo para caber no vestido que desejamos ou imaginamos que outros desejariam (o corpo e/ou o vestido, visto que nos alimentarmos de sermos máquinas desejantes e invejáveis...). [caption id="attachment_166377" align="aligncenter" width="721"] Reprodução[/caption] Ah, o nu. O nu continua a provocar tensões: expulsa perfis de Facebook (a maior calamidade social dos novos tempos), garante quinze segundos de fama, ou dezoito. O nu opera milagres, quase anda sobre as águas. No caso dela, garantiu o carimbo de feminista. Nós temos que estudar para isso. Ela planejou uma infiltração e depois uma cena de arrependimento. Ela sempre se afirmou de direita nacionalista e admiradora de Hitler e Plínio. Depois, quando feminista, diz que se arrependeu da direita, depois se arrepende do feminismo. Gente, ela precisa se tratar de tanto arrependimento. Antes de pensar numa carreira pública ela precisa de um tratamento em grupos radicais anônimos.. Agora, me expliquem: como César pode colocar alguém que é hitlerista, nacionalista, nazista numa secretaria de mulheres? Desculpem, mas dessa vez a mulher de César tem suástica, leu Hitler, filmou banda nazi e namorou nazista. O que mais falta?