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Eu poderia aqui falar da sua extraordinária e renomada carreira como professora e pesquisadora nos campos da Bioética, Direitos Humanos e Direitos das Mulheres e das Pessoas com Deficiência, além de cineasta e escritora. Poderia falar do seu trabalho que me emocionou tanto com as mulheres com filhos com síndrome do zika, que lhe deu muito choro, textos¸dor e um Prêmio Jabuti.
Poderia falar de sua docência e pesquisa que envolve a promoção da Ética e da Bioética, relacionando com a temática dos direitos humanos, do feminismo e da justiça entre os gêneros; a produção de conhecimento para democratizar pesquisas e ações em Bioética, e que assegurem os direitos fundamentais das mulheres, da Bioética feminista e da Justiça entre os gêneros.
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Poderia falar sobre seu livro sobre deficiência que abriu para muitos alunos no Brasil o tema como fonte de pesquisa e debate, oferecendo noções teóricas. Poderia falar de seu magistral trabalho com mulheres em situação prisional.
Mas, você foi violentada em seu direito civil e humano, por grupos e atores sociais organizados por movimentos fascistas. E nessa hora eu quero lembrar apenas que você é minha amiga e, como ser humano, você não merece isso. Eles merecem a prisão, e você o céu mais estrelado. Eles merecem a solidão dada aos que decidiram abrir mão da humanidade pelo discurso de ódio, e você o canto mais bonito das amigas em brincadeiras de rodas. Querida, nessa hora, eu não sei o que falar.
Exigir que apurem, claro. Gritar que te protejam, sim, evidente.
Mas, mais que isso, Debora, toma aqui meu coração, que esses monstros passarão. Você voará sempre livre, passarinha. Te amo.