Cinco pontos para pensar a gravidade do evento de Charlottesville

Manifestação neo-fascista em Charlottesville, que reacendeu a tensão racial no país. (Foto: Reprodução/BBC)
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Grupos neonazis como poucas vezes reunidos, Trump não se manifestou expressivamente, um assassinato, empresas demitindo neonazis identificados. Adriana Dias, especialista em neonazismo, analisa pontos importantes a serem pensados sobre o evento em Charlottesville (EUA). Leia em sua coluna  Por Adriana Dias* O Southern Poverty Law Center (SPLC) classificou o evento como o maior encontro nacionalista de defesa da supremacia branca em décadas. A gravidade está no fato de que grupos neonazis, de diferentes vertentes, que poucas vezes foram reunidos, estavam lutando juntos: neo-confederados, skins, grupos da Klan, neo-nazis religiosos, grupos nacionalistas e de supremacia branca de origens diversas. Isso é assustador: muitos grupos de ódio reunidos em torno de causa comum. O presidente Trump não se manifestou imediata e expressivamente contra os neonazistas, inclusive porque eles fazem parte de sua base eleitoral. Muitas páginas neonazis fizeram grande campanha para ele e comemoraram sua vitória. Houve um assassinato deliberado e feridos. E o número de vítimas poderia ser maior. Quando James Fields Jr jogou o carro para cima dos participantes ele sabia o que poderia acontecer. O fato aconteceu numa universidade, e usou a web para convocar pessoas de todas as localidades. Plataformas de hospedagem como o Airbnb se recusaram a fornecer dados de hospedagem para o evento, o que deixa claro que neutralidade é uma palavra que deixa de existir na rede totalmente a partir de agora. Diante do neonazismo, da extrema-direita, exige-se posicionamento. Empresas estão demitindo neonazis identificados. Usuários do Twitter tem localizado participantes da manifestação neonazi e as empresas tem se manifestado, demitindo-os. È preciso tomar posição. Veja aqui. *Adriana Dias é formada em Ciências Sociais e mestre e doutoranda em Antropologia Social pela Unicamp. Coordena o Comitê “Deficiência e Acessibilidade, da Associação Brasileira de Antropologia. Também é membro da American Anthropological Association