VIDA

Você emite luz invisível; e ela some no exato momento da morte, revela estudo

Embora o tema evoque ideias místicas, como “corpos de luz” ou auras, os pesquisadores reforçam que os dados têm base empírica

Esquerda: Contraste nas emissões de UPE em quatro camundongos, quando vivos (acima) e mortos (abaixo).Créditos: Salari et al., J. Phys. Chem. Lett.
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Um estudo recente da Universidade de Calgary, no Canadá, revelou um fenômeno curioso e pouco conhecido: seres vivos parecem emitir uma forma extremamente sutil de luz até o momento da morte. A descoberta envolve os chamados biofótons, partículas de luz de baixa intensidade associadas a processos celulares.

Embora o tema evoque ideias místicas, como “corpos de luz” ou auras, os pesquisadores reforçam que os dados têm base empírica. Utilizando uma técnica avançada de imageamento chamada emissão de fótons ultrafraca (UPE), os cientistas conseguiram registrar, pela primeira vez com clareza, a presença dessa luz em organismos vivos — incluindo camundongos e folhas de plantas.

Nos experimentos com animais, quatro camundongos foram observados em uma câmara escura, antes e depois da eutanásia. Mesmo após a morte, os corpos foram mantidos aquecidos para afastar a influência da temperatura.

As imagens revelaram que, durante a primeira hora pós-morte, ainda havia emissão de fótons visíveis, especialmente em regiões como cabeça, patas e órgãos internos. À medida que a atividade celular cessava, essa radiação também desaparecia.

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“O padrão de luz registrado deixa claro que a emissão está ligada à atividade biológica. É uma marca da vida em funcionamento”, explicou o pesquisador-chefe, Dr. Frank Oblak, ao Daily Mail.

O fenômeno também foi registrado em folhas de agrião-de-thale e da árvore-guarda-chuva-anã. Quando submetidas a estresse físico ou químico — incluindo lesões e aplicação de anestésicos — as plantas irradiaram mais luz nos locais afetados. Isso sugere que a emissão está relacionada a reações de estresse e à presença de espécies reativas de oxigênio.

Tecnologias de detecção

Apesar de a ciência dos biofótons ainda ser vista com ceticismo por parte da comunidade científica, o avanço nas tecnologias de detecção tem permitido observações mais precisas. Segundo os pesquisadores, a emissão luminosa pode se tornar uma ferramenta médica promissora. A capacidade de identificar alterações na intensidade ou localização da luz emitida por tecidos pode ajudar, por exemplo, no diagnóstico precoce de doenças como o Alzheimer.

Um especialista independente ouvido pelo Daily Mail destacou que a interrupção do fornecimento de oxigênio após a morte explicaria o fim da emissão luminosa, reforçando a hipótese de que a luz está diretamente ligada à atividade celular.

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