A tentativa de lacrar com o vídeo na hora em que foi intimado por uma oficial de Justiça dentro da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital DF Star foi um grande erro de Jair Bolsonaro (PL).
A afirmação é do analista de dados Pedro Barciela, que divulgou métricas das redes sociais sobre o impacto do vídeo, em que Bolsonaro aparece dando chilique e tentando, sem conseguir, humilhar a oficial de Justiça, que cumpria ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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"A divulgação do vídeo de Bolsonaro sendo intimado foi potencialmente um erro que se apresenta em diversas camadas. Para além dos 77% de reações negativas ao episódio, é importante analisarmos o vídeo não como um evento isolado, mas sim como o resultado de uma sucessão de acontecimentos que nos possibilitam encarar a cena como uma reação de desespero do próprio Jair Bolsonaro", diz o especialista, revelando que apenas 23% da repercussão foi positiva.
Segundo Barciela, Bolsonaro conseguiu com o chilique na UTI beneficiar o governo Lula, já que a investigação sobre o esquema de corrupção no INSS, que começou em 2019, estava sendo atribuído ao presidente atual.
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"A pauta do dia de ontem era, até às 19h, o escândalo do INSS. A divulgação do vídeo por Jair Bolsonaro e sua equipe não apenas o colocou em evidência como ajudou indiretamente o governo ao "estancar" momentaneamente as conversações sobre o INSS".
O analista de dados ainda chama a atenção para a relação com a pauta do PL da Anistia, que vem perdendo força desde a internação de Bolsonaro. A pauta foi colocada na gaveta justamente em razão da estratégia terrorista da bancada bolsonarista sobre o Centrão e, especialmente, sobre Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara.
Segundo dados revelados por Barciela, após atingir o ápice do engajamento, com 1,4 milhões de menções na semana de 31 de março, o PL da Anistia não bateu 100 mil menções na semana atual.
"Me parece plausível que algo se movimenta na oposição e que Jair Bolsonaro sabe disso. Não é novidade que o debate orgânico sobre ANISTIA é inexistente, sendo alimentado artificialmente pela oposição ao longo dos últimos meses. Porém, o fato de a debilidade da pauta da ANISTIA se mostrar tão explicitamente correlacionada com a debilidade de Jair Bolsonaro é preocupante para um ex-presidente que, ao longo dos últimos anos, sempre deixou claro que não carrega feridos", diz.
Veja os dados abaixo e leia a análise completa no blog Essa Tal Rede Social, de Pedro Barciela.