BURACO NEGRO

Estudo de estrelas revela possível buraco negro supermassivo que viaja em direção à Via Láctea

A descoberta foi feita de maneira "acidental" ao estudar a trajetória de estrelas ejetadas de uma galáxia próxima à nossa

Buraco negro - representação.Créditos: Viktor Forgacs via Unsplash
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De acordo com um estudo publicado no periódico Arxiv, um buraco negro supermassivo, com cerca de 600 mil massas solares, pode estar entrando em rota de colisão com a Via Láctea, galáxia espiral onde está localizado nosso Sistema Solar.

O possível buraco negro, descoberto de maneira "acidental' enquanto se analisava a trajetória de 21 estrelas hipervelozes — que viajam a velocidades altas o suficiente para escapar da atração gravitacional da Via Láctea — estaria localizado na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da nossa, e provocando a ejeção de estrelas "de lá para cá" (daquela galáxia para a nossa).

Quando um sistema binário de estrelas, composto por duas estrelas a orbitar entre si, passa próximo de um buraco negro supermassivo, uma delas pode ser capturada, enquanto a outra é arremessada para fora em alta velocidade. 

Quando os pesquisadores observavam, durante sua pesquisa, o curso das estrelas jovens, perceberam pelo menos 21 "ejeções" ocorridas no halo da Via Láctea. Metade dessas, descobriram os pesquisadores, vinha não da nossa galáxia, mas da Grande Nuvem de Magalhães, o que os levou a projetar uma simulação que considerava a presença de um buraco negro na região a fim de testar a hipótese observada — a de que o buraco negro seria a causa das ejeções.

O resultado foi surpreendente: ao simular a possível ejeção das estrelas por ação de um buraco negro supermassivo, os dados observados no estudo anterior (HVS Survey) coincidiram com os da simulação, o que indica que a taxa de nascimento e o agrupamento dessas estrelas na Grande Nuvem de Magalhães "só poderiam ser explicados pela presença de um buraco negro". 

Esse suposto buraco negro a ejetar estrelas de uma galáxia próxima para a nossa pode ter a massa de 600 mil sóis e viajar a uma velocidade de até 300 km/s, e, se confirmado, pode revolucionar a forma como se entende o estudo de estrelas hipervelozes — e sua relação com os buracos supermassivos.

A possibilidade que está no horizonte da nossa galáxia, afirma o artigo, é de que, no futuro (daqui a bilhões de anos), o buraco negro da Grande Nuvem de Magalhães se mova até o centro da nossa Via Láctea, onde deve se fundir com o Sagitário A*, um outro buraco negro supermassivo localizado no centro da galáxia, a cerca de 27 mil anos-luz da Terra, cuja massa é estimada em até 4 milhões de vezes a massa do sol, "estacionado" na constelação de Sagitário.

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