MARINHA DO BRASIL

VSNT: Marinha do Brasil testa nova tecnologia autônoma para a defesa das águas nacionais

Descritos como um dos mais inovadores projetos nacionais de defesa, Veículos de Superfície Não Tripulados (VSNT), em desenvolvimento desde 2021, prometem aprimorar as capacidades de patrulha, monitoramento e missões em alto mar da Marinha do Brasil

Oficiais da Marinha testam VSNT.Créditos: MB
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Descritos como um dos mais inovadores projetos nacionais de defesa, Veículos de Superfície Não Tripulados (VSNT), em desenvolvimento desde 2021 com a coordenação do Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV), prometem aprimorar as capacidades de patrulha, monitoramento e missões em alto mar da Marinha do Brasil (MB).

O projeto se iniciou, há quatro anos, com a conversão experimental de uma embarcação de sete metros em um veículo não tripulado, acompanhada da criação de um simulador próprio de navegação (o Simulador de Passadiço, ou SimPass), para atuar no Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), de acordo com o portal do órgão.

A partir de então, trabalhando em parcerias estratégicas com centros tecnológicos e de inovação de diferentes universidades brasileiras, além da Base Industrial de Defesa, tem sido possível implantar a tecnologia de controle não tripulado em drones e navios, que vão "desde a vigilância costeira até operações voltadas para a varredura e ações de Guerras de Minas", informa a Marinha.

Hoje, dois drones navais da MB trabalham no reconhecimento remoto de áreas marítimas, inclusive na identificação de minas submersas, e seu trabalho pode ser combinado ao de submarinos autônomos.

Um deles, o VSNT para Contramedidas de Minas (VSNT-CMM), desenvolvido em colaboração com a DGS Defense, está equipado com sonares de varredura lateral, câmeras de vigilância no espectro infravermelho, computadores e giro satelital, além de outros equipamentos avançados, e pode ser operado de forma inteiramente remota, semiremota ou autônoma. 

´VSNT - Marinha do Brasil (protótipo ilustrativo). Créditos: MB

O outro veículo em operação, VSNT-Lab, uma lancha autônoma cujo desenvolvimento foi financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), conta com sistemas de controle de bordo capazes de realizar, de maneira autônoma, a vigilância costeira do território nacional e varreduras relacionadas às atividades de Guerra de Minas.

VSNT - Marinha do Brasil. Créditos: MB

Apesar de ainda experimentais, os VSNTs da Marinha brasileira estão em vias de ser integrados às novas fragatas da Classe Tamandaré, que começaram a ser construídas em 2021, em projeto da ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS) em parceria com a Embraer, a Atech e a Oceana, com previsão de entrega de pelo menos quatro unidades até 2029. 

"Os próximos passos incluem a aquisição de sensores de última geração e a ampliação da frota de drones navais", informa o portal da Sociedade Militar. 

De acordo com a Marinha, em 2025 serão coordenadas operações de testagem dos VSNTs, que serão empregados em missões estratégicas. Conhecidos por terem um baixo custo e uma "alta capacidade destrutiva", os Veículos Não Tripulados "não apenas causam danos físicos", mas funcionam como estratégia de dissuasão ao restringir "o uso de áreas marítimas estratégicas por navios militares e comerciais", diz o órgão militar. 

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