O Conselho Deliberativo do do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (Sbtvd) decidiu essa semana, por unanimidade, que o Brasil deve adotar o sistema ATSC 3.0 para a TV digital. A tecnologia, considerada a "TV do futuro", deve permitir maior interatividade e serviços sob demanda. A recomendação já foi enviada ao Ministério das Comunicações pelo conselho.
A televisão brasileira, que completa 74 anos este ano, está prestes a entrar em uma nova fase. Desde a sua estreia em 1950 com a TV Tupi, a TV aberta vem se reinventando, passando da TV analógica para a TV digital aberta e, agora, da TV conectada à TV 3.0, também conhecida como TV interativa.
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Em abril, no Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Raymundo Barros, e representantes de diversas entidades e empresas do setor e do ministério das Comunicações do governo Lula (PT), considerou a implementação de linhas de crédito para incentivar as emissoras a investir na nova tecnologia de transmissão. A migração para a nova tecnologia, no entanto, exigiria investimentos consideráveis por parte das emissoras.
“Esta é uma das revoluções mais esperadas do setor. A nova geração de TV digital integrará o conteúdo transmitido pelo serviço de radiodifusão à internet, criando novos modelos de negócios e empregos", declarou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Segundo Wilson Diniz, secretário de Comunicação Social Eletrônica, não há TVs no Brasil compatíveis com a nova TV 3.0. Por isso, no início, será preciso usar conversores.
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O governo ainda não decidiu se distribuirá esses conversores gratuitamente ou se a população terá que comprá-los. A implementação da TV 3.0 acontecerá em duas etapas: primeiro com conversores e depois com TVs já preparadas para o novo sinal.
O que é a TV 3.0?
A tecnologia é considerada a nova geração da televisão digital brasileira, que traz diversas melhorias para a experiência do telespectador, como:
- Maior interatividade: Possibilidade de usar aplicativos para canais de TV aberta, com conteúdo sob demanda e personalização da programação.
- Melhor qualidade de imagem e som: Imagens em 4K e som imersivo, proporcionando uma experiência mais realista.
Vale ressaltar que, embora algumas funcionalidades da TV 3.0 sejam aprimoradas com o uso da internet, a conexão não é um pré-requisito para receber o sinal.
Quando será implementada?
A implementação da TV 3.0 está prevista para começar em 2025. O governo pretende definir a tecnologia a ser utilizada até o final de 2024, no dia 31 de dezembro, segundo a meta do Ministério das Comunicações.
Prevê-se que, no começo de 2025, o presidente Lula sancione um decreto determinando a tecnologia a ser adotada - baseado na recomendação do ministério - e o plano de implementação para que as emissoras possam se ajustar às novas exigências. "Na sequência, toda a cadeia industrial do setor vai se adaptando e produzindo os equipamentos necessários, que vão de transmissores, conversores, novos televisores", afirmou Juscelino.
Aparelhos de TV serão compatíveis com a TV 3.0?
Atualmente, não há modelos de TV no mercado brasileiro que receberão o sinal da TV 3.0 diretamente. Na fase inicial da implementação, será necessário usar conversores para adaptar TVs antigas ao novo sinal.
Como será a implementação?
A implementação será dividida em duas fases:
- Fase 1: Uso de conversores para adaptar TVs antigas ao novo sinal.
- Fase 2: Fabricação de novas TVs com receptores integrados para a TV 3.0.
Conversores
O governo ainda não definiu se os conversores serão gratuitos para famílias de baixa renda. Há discussões em andamento sobre a possibilidade de distribuição gratuita, semelhante ao que ocorreu na expansão do sinal digital.