CÂNCER

Vacina russa contra câncer tem "data de lançamento" e custos revelados

Veja quando autoridades russas pretendem iniciar a aplicação da vacina em seres humanos e quanto cada dose deve custar ao Estado

Médica (imagem ilustrativa).Créditos: DarkoStojanovic
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Em dezembro de 2024, o Ministério da Saúde russo anunciou estar na fase final do desenvolvimento de uma vacina mRNA revolucionária para o tratamento do câncer

O tratamento funciona a partir da produção de um mRNA sintético (molécula que atua transmitindo instruções genéticas do DNA, localizado no núcleo das células, para os ribossomos, responsáveis pela síntese de proteínas) usando uma proteína do agente invasor para incentivar a resposta imunológica coordenada do próprio organismo afetado, "ensinando" as células do corpo a atacar o câncer. 

De acordo com o diretor do centro de pesquisa epidemiológica Gamaleya, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da vacina russa, essa terapia demonstrou ser capaz de suprimir o desenvolvimento de tumores e sua metástase na fase de testes clínicos. 

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As autoridades russas, que já haviam informado da pretensão de começar a utilizar a vacina em cidadãos russos — livre de custos — a partir de 2025, sinalizaram que o desenvolvimento da terapia se iniciou ainda em 2022, quando estava sendo produzida a vacina russa contra a COVID-19, chamada Sputnik VI. 

De acordo com Guíntsburg, diretor do Instituto Gamaleya, de Moscou, dentro de um período esperado de 10 a 15 anos, "a humanidade terá a possibilidade de viver sem essas enfermidades". 

O ministro de saúde e oncólogo Andréi Kaprin, por sua vez, revelou quanto deve custar cada dose da vacina a ser distribuída aos cidadãos (que hoje está em fase de testes em animais), e quando deve começar a aplicá-la, de fato, em seres humanos

Kaprin disse que o custo médio da vacina para o Estado é de 300.000 rublos, o equivalente a US$ 3.000, e ela deve começar a ser distribuída para tratamento de seres humanos a partir de setembro de 2025, sem custos.

Não existem mais detalhes sobre a efetividade da vacina russa para o tratamento de diversos tipos de câncer, mas testes em estágios avançados com essa espécie de terapia de RNA mensageiro já foram ditos promissores, por exemplo, para o tratamento de alguns tipos de melanoma, o câncer de pele que afeta as células responsáveis pela produção da melanina. 

Na segunda fase de testes de uma dessas vacinas mRNA, desenvolvida nos hospitais da Universidade College London (UCLH), além de ter se mostrado eficaz para o tratamento dos melanomas, o tratamento demonstrou reduzir significativamente o risco de retorno do câncer nos pacientes.

Outras espécies de câncer para as quais a terapia pode representar bons prospectos são os sanguíneos (linfomas e leucemias), cujos testes já estão em andamento; o câncer de mama, com pesquisas ainda em estágios inicias; o câncer de ovário, cuja terapia está em ensaios clínicos; o câncer de próstata, que já conta com estudos experimentais; e o câncer de pulmão, que surgiu como um recente foco para pesquisas clínicas. 

De forma geral, é importante ter em vista que a vacina deve responder de maneira "personalizada" a cada tipo de câncer, uma vez que os antígenos são desenvolvidos de acordo com o tumor. 

O governo russo informou que foi capaz de produzir essa tecnologia com o auxílio de modelos de inteligência artificial complexos, que podem gerar mRNAs "customizados" para a criação de vacinas específicas em até uma hora

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