Cientistas publicaram na revista Science um alerta sobre os "riscos sem precedentes" associados ao desenvolvimento de micróbios conhecidos como "bactérias espelho".
As bactérias espelho são microorganismos completamente diferentes dos organismos conhecidos, tornando-se incompatíveis com os sistemas biológicos atuais.
Basicamente, pela sua forma, seria impossível que o sistema imunológico dos seres vivos e antibióticos fossem capazes de combatê-las.
Isso pode resultar em infecções "letais" em humanos, animais e plantas, além de resistência a processos naturais de degradação.
Atualmente, as bactérias espelho não foram desenvolvidas, mas tem sido pesquisadas para fins médicos e tecnológicos diversos, com a possibilidade de serem completas em cerca de dez anos.
A análise aponta que esses microrganismos poderiam acumular-se no ambiente, atuando como "espécies invasoras moleculares" e causando danos irreversíveis aos ecossistemas.
Apesar da complexidade tecnológica e dos custos elevados para desenvolver esses organismos, avanços na criação de "proteínas espelho" já demonstram a viabilidade do conceito.
Os cientistas pedem um esforço global para gerenciar a pesquisa com responsabilidade, prevenindo riscos enquanto exploram os potenciais benefícios científicos e industriais destes micro-organismos.
"Temos esperança de que cientistas e a sociedade em geral adotem uma abordagem responsável ao gerenciar uma tecnologia que pode representar riscos sem precedentes", afirma o documento.