O Telescópio James Webb, da NASA, foi lançado ao espaço em 2021 para orbitar o sol, a 1,5 milhão de quilômetros de distância da Terra.
O Webb "estuda cada fase da história do nosso universo", diz a agência espacial norte-americana, "desde os primeiros brilhos luminosos após o Big Bang até a formação de sistemas solares capazes de permitir a vida em planetas como a Terra".
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Agora, após dois anos de observações e coletas de dados acerca das características do universo próximo, o telescópio pôde confirmar uma descoberta anterior, feita pelo Telescópio Espacial Hubble, que orbita a Terra: o universo tem se expandido rapidamente, numa taxa mais acelerada do que se imaginava.
Dados coletados pelos telescópios Webb e Hubble apontam para uma taxa de até 8% na velocidade de expansão e evolução do universo, maior do que as expectativas — baseadas nas investigações acerca das condições iniciais do cosmos — determinavam anteriormente.
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Esse movimento é chamado de "tensão de Hubble", em homenagem ao astrônomo Edwin Hubble, o primeiro a fornecer evidências para a teoria de que o universo está em constante expansão.
Hubble também propôs a criação de uma constante (chamada de constante de Hubble) que fosse capaz de expressar a taxa pela qual essa expansão ocorre — hoje, sabe-se que ela é de cerca de 8%. Essa constante calcula, em quilômetros por segundo por megaparsec — unidade de distância que equivale a um milhão de parsec —, uma distância que corresponde a até 3.26 milhões de anos luz.
O motivo da expansão, de acordo com a NASA, pode ser a presença de matéria escura e sua energia derivada, ou de uma partícula ainda desconhecida.
Estima-se que o universo seja 27% composto por matéria escura, diferente da matéria que forma planetas, estrelas e todo o resto do universo observável.
A matéria escura é aquela incapaz de emitir ou absorver a luz, o que a torna invisível a instrumentos de observação convencionais. Sua detecção é possível a partir da gravitação, da influência exercida por ela no movimento das galáxias, na sua expansão e estabilidade.
"É possível medir a taxa de expansão do universo observando a distância dos objetos e quão rápido eles se movem para longe de nós", afirma a revista de astronomia da BBC. "Ou podemos medir flutuações nas micro ondas cósmicas (o calor deixado pelo Big Bang) ligadas à densidade da matéria no universo primitivo".
Pelo menos 69% do universo é composto por energia escura — aquela que permite a expansão de áreas do espaço, neutralizando a gravidade. E, se o universo está se expandindo de maneira mais rápida, isso pode significar que a gravidade tem "propriedades exóticas" que se relacionam, em algum nível, à matéria e à energia escura universais.
As observações mais recentes do Webb, que se dão sobre até um terço das galáxias relevantes consideradas pelo telescópio Hubble, indicam que dados de 2023 colhidos pelo Hubble estavam corretos, e a taxa esperada da constante de expansão do universo é, de fato, superior à que se imaginava.
Isso quer dizer que, desde a ocorrência do Big Bang, há 13 ou 14 bilhões de anos, o universo tem se expandido cada vez mais aceleradamente, impulsionado pela matéria escura.
O que isso pode significar para nós ainda é incerto.