Alcançar a imortalidade é uma questão discutida pela humanidade desde o início das civilizações. Embora tenha sido muito fantasiada ao longo dos séculos, a inteligência artificial pode ser uma chave para desbloquear essa possibilidade.
Pesquisadores da startup Integrated Biosciences, da Califórnia (EUA), em parceria com estudiosos da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia Massachusetts (MIT), publicaram o estudo chamado "Discovering small-molecule senolytics with deep neural networks", que traduzido significa “Descobrindo pequenas moléculas senolíticas com redes neurais profundas”.
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Publicado na revista científica “Nature Aging”, em maio deste ano, a pesquisa aborda a utilização da inteligência artificial para a busca de retardar o envelhecimento das células do corpo e, também, para combater doenças como a fibrose, tumores, inflamações e artroses.
"Treinamos modelos de aprendizagem profunda com os resultados de uma amostra de pequenas moléculas para atividade senolítica e aplicamos esses nossos modelos para descobrir compostos estruturalmente diversos", diz o texto.
O enfoque da IA seria determinar compostos químicos já existentes eficazes contra as doenças e o envelhecimento ou identificar novos compostos que podem ser desenvolvidos.
"Achar uma nova droga é como procurar por uma agulha no palheiro", diz à BBC News Brasil o físico e matemático americano Felix Wong, especialista em Biofísica, principal autor do estudo e um dos fundadores da Integrated Biosciences.
Após realizar um teste utilizando mais de 800 mil opções de compostos químicos para reagir aos possíveis medicamentos que eliminam “células zumbis”, conhecidas por influenciarem no processo de envelhecimento, a equipe de pesquisadores chegou a três remédios que possuem potencial para agir no controle do amadurecimento.
"Se procurássemos em tudo, ou seja, olhando um a um cada composto, exigiria um esforço substancial, visto que o palheiro seria quase infinito", afirmou Wong.
Para realizar a tarefa complexa, foi utilizada a inteligência artificial, a fim de promover um experimento mais eficiente e com resultados coerentes.
O desenvolvimento do software que auxiliou a pesquisa foi iniciado através da preparação da máquina para reconhecer as substâncias em potencial, feita por meio da alimentação de uma base de dados de 2,4 mil compostos.
A filtragem realizada pela IA destacou 216 substâncias químicas; dessas, 25 se mostraram muito eficientes para matar células zumbis. Depois de testes realizados em laboratório, o experimento concluiu que 3 drogas possuem alto potencial para tal finalidade.
No entanto, o envelhecimento é categorizado por outras transformações corporais e características. Por isso, não é possível afirmar que o estudo tenha encontrado uma “fonte da juventude”.
"Para chegar a isso, teríamos de focar também em outros marcos do processo do envelhecimento, como o esgotamento de células-tronco”, disse Wong.
Devido a essa situação, a pesquisa servirá para auxiliar na promoção de maior longevidade para os seres humanos e maior bem-estar, uma vez que pode combater doenças.
Além disso, a configuração, tanto da base de dados coletada pela IA, quanto da maneira como ela foi ensinada a filtrar, pode contribuir para novos estudos e pesquisas, permitindo que seja utilizada para alavancar e acelerar novos resultados em trabalhos similares, por exemplo.