Já pensou verificar como uma camisa vendida online fica nas medidas exatas do seu corpo? E poder combiná-la com o que você tem no guarda-roupa? Essa é uma das aplicações comerciais da inteligência artificial generativa que já está em uso no Brasil, e vai além da geração de textos descritivos de produtos, imagens ou atendimento ao cliente.
Outro exemplo que está sendo implementado esta semana no país é o uso de IA generativa no ensino a distância, auxiliando os professores na preparação e avaliação dos alunos em debates em salas de aula na internet. Nos bastidores dos negócios, a IA está avançando na identificação de informações específicas em contratos e análise de perfis.
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A IA que vem sendo utilizada para a provação de vestuário online é a Doris, IA generativa criada pela empresa brasileira Doris.mobi. Seu foco é no comércio eletrônico de vestuário, ela foi colocada para uso nas lojas online das marcas de moda masculina Zapalla e Reserva recentemente.
Como funciona?
Ao enviar uma foto de corpo inteiro de frente e de lado pelo aplicativo Zapalla, em apenas oito segundos o cliente pode se visualizar usando a roupa escolhida na tela. “Quando o cliente envia a foto, a IA generativa extrai todas as medidas do corpo, levando em consideração que pessoas com o mesmo peso, altura e idade podem ter formas diferentes”, explica Lucas Santos, diretor de tecnologia da Doris.Mobi.
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“O nível de acurácia é de mais de 98%, evitando surpresas no caimento da roupa, o que torna a ferramenta mais assertiva em relação às opções que estão no mercado”. A Doris é capaz de gerar o tom de pele e partes do corpo do cliente que não estavam visíveis na foto original. Com isso, a pessoa consegue ver como ficaria com peças que mostram mais o corpo, como uma regata ou uma bermuda, mesmo que tenha enviado a foto usando uma calça até os pés.
“O modelo de e-commerce é muito antigo e alguém precisava redesenhar o processo de venda pela internet”
Nas palavras de Santos, “o modelo de e-commerce é muito antigo e alguém precisava redesenhar o processo de venda pela internet”. Ele é líder de uma equipe de 12 desenvolvedores que se dedicaram um ano e quatro meses para construir a arquitetura computacional da Doris “do zero”.
Ele esclarece que a IA generativa foi treinada com milhões de peças diferentes para aprender as características centrais de cada peça e aquelas que não são importantes ao vestir cada pessoa no ambiente digital.
Desde que a gigante do varejo online Amazon estreou, em meados dos anos 1990, essa nova ferramenta marca uma mudança importante em um setor que teve pouca inovação, segundo a avaliação de André Nowill, sócio-diretor da Pimenta Full, gestora de sites de venda on-line que tem a Zapalla entre seus clientes.
Conforme o executivo da Doris.mobi, até agora, a Doris ajudou a aumentar a taxa de conversão de vendas online de 9% para 12% para os comerciantes que estão utilizando a ferramenta. Após as marcas masculinas, a empresa está negociando contratos com marcas de moda feminina, que possuem um catálogo mais amplo.
*Com informações de Valor Econômico