O SAG-AFTRA, principal sindicato dos atores dos EUA, anunciou que entrou em greve nesta quinta-feira e se uniu ao sindicato dos roteiristas em uma batalha que pode parar Hollywood completamente nos próximos meses.
Os trabalhadores se organizaram para garantir melhores condições de remuneração e uma batalha contra a inteligência artificial nas produções.
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Segundo o sindicato, um dos motivadores da greve foi uma proposta da Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP, sigla em inglês), composta por Amazon, Apple, Disney, NBCUniversal, Netflix, Paramount, Sony, Warner Bros., Discover e praticamente todos os grandes estúdios de TV dos EUA.
Eles propuseram que atores recebessem o equivalente a uma diária para serem completamente escaneados e, assim, terem suas imagens liberadas para uso de inteligência artificial para sempre, sem seu consentimento. O salário mínimo de uma diária de ator é de $703, ou cerca de R$ 3,7 mil.
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Neste modelo de negócio, os trabalhadores não receberiam proporcionais pelo uso de sua imagem ou participação no lucro das obras. Essa é apenas uma das lutas do sindicato, que pretende criar um mecanismo de segurança para atores no período entre temporadas, assim como pedem os roteiristas.
"Portanto, se a associação acha que esta é uma proposta inovadora, sugiro que pense novamente", disse Duncan Crabtree-Ireland, negociador do sindicato.
"Se não nos mantivermos firmes agora, estaremos todos em apuros, todos corremos o risco de sermos substituídos por máquinas", alertou a atriz Fran Drescher, que preside a organização. Ela é conhecida por a Fran, de 'The Nanny'.
Com a greve, é possível que todas as produções de Hollywood sejam interrompidas nas próximas semanas, causando um problema para as plataformas de streaming e emissoras estadunidenses. Sem roteiro e sem atores, fica bem difícil produzir alguma coisa. Os escritores em greve desde maio deste ano e ainda não teve suas demandas atendidas pelas produtoras.