A reportagem do New York Times publicada nesta sexta-feira (24) revela uma trama que envolve a plataforma de streaming Netflix e um diretor digna de se tornar uma série.
De acordo com o jornal estadunidense, a Netflix pagou mais de US$ 55 milhões ao diretor Carl Erik Rinsch, que deveria entregar a primeira temporada da série "Conquest", uma ficção distópica.
Te podría interesar
Entretanto, segundo o New York Times, Rinsch gastou boa parte do dinheiro em investimentos em criptomoedas.
O jornal revela que logo após assinar o contrato com a Netflix, o comportamento de Rinsch se tornou "problemático", segundo fontes ouvidas pelo NYT.
Te podría interesar
Após gastar US$ 46 milhões com filmagens em São Paulo, Montevidéu e Budapeste, Rinsch pediu à Netflix mais US$ 11 milhões, que a plataforma só forneceu após um longo embate com o diretor sobre versões diferentes do roteiro.
Contudo, logo após receber os US$ 11 milhões da Netflix, Rinsch investiu US$ 10.5 milhões no mercado de ações em apostas arriscadas que não deram certo. Entre elas, o diretor investiu em uma empresa que alegava estar na etapa final do desenvolvimento de um remédio para Covid-19. Em poucos dias, o cineasta perdeu US$ 6 milhões.
Além de gastar dinheiro da produção em investimentos erráticos, Rinsch começou a apresentar comportamento perturbador durante as reuniões. O diretor chegou a afirmar que era capaz de prever onde os raios iriam cair, quando vulcões iriam entrar em erupção e como a Covid-19 iria se espalhar pelo mundo.
Netflix e criptomoedas
Quanto à relação entre Netflix e criptomoedas, após perder dinheiro com investimentos equivocados, Rinsch pegou o dinheiro que sobrou e investiu na criptomoeda Dogecoin, mas, desta vez, ele se deu bem e recebeu uma bolada de US$ 27 milhões, revela a reportagem do NYT.
Logo após ganhar milhões com criptomoeda, Rinsch gastou mais de US$ 8 milhões em itens de luxo, incluindo um carro Rolls-Royce e uma Ferrari.
Diante de um cenário inacreditável, a Netflix rompeu com o diretor e o avisou que ele poderia vender a série "Conquest" para outras emissoras ou plataformas de streaming se estas pagassem o prejuízo milionário por ele causado. Rinsch, então, abriu um processo contra a plataforma.
No processo, Rinsch afirma que o dinheiro era seu e que podia gastá-lo como quisesse, e que muitos dos objetos que ele comprou eram para a série, e que a Netflix lhe deve US$ 14 milhões.
Por sua vez, a Netflix afirma que o pagamento dos US$ 14 milhões estava atrelado ao cumprimento de metas de produção, as quais, segundo a plataforma, Rinsch nunca cumpriu e não finalizou nenhum episódio da série. O caso corre na Justiça dos EUA.