Pesquisa DataFórum desta quarta-feira (21) traz um dado que os levantamentos anteriores já haviam identificado: a perda de hegemonia de Bolsonaro e seus seguidores no Twitter. Tal dado vai ao encontro do encolhimento do presidente nas pesquisas eleitorais e do aumento de sua rejeição diante da população na reta final da disputa eleitoral pelo Palácio do Planalto.
De acordo com os levantamentos do DataFórum, a última vez que o bolsonarismo conseguiu pautar o Twitter, a rede predileta da extrema direita nacional e internacional, foi no dia 15 de agosto. Isso e resultado de uma série de erros cometidos pelo presidente, pelos atos grotescos do mandatário nas últimas semanas e revela um acerto da campanha do ex-presidente Lula no que diz respeito a desmontar a imagem do presidente e, dessa maneira, aumentar a sua rejeição. Movimento identificado na pesquisa desta terça-feira.
O ponto de partida para a derrocada de Bolsonaro no Twitter foi o famigerado 7 de Setembro. Alardeado como o "ato o final", as manifestações fracassaram e não foram além da bolha bolsonarista. Ao contrário, fora da esfera da extrema direita, o golpismo vociferado nas manifestações serviu para aumentar o repúdio à figura do presidente. Desde então, o bolsonarismo não consegue impor pautas no Twitter. A comunidade de apoio ao presidente obteve 32% das citações no Twitter.
Em sentido oposto, Lula e as comunidades que lhe dão apoio no Twitter apresentam crescimento robusto e hoje hegemonizam as discussões na rede em questão.
Além de uma campanha eleitoral acertada, o movimento pelo voto útil cresce diariamente no Twitter e dá sinais de fortalecimento nos dias subsequentes com a entrada de figuras públicas e celebridades na ação pelo voto útil em Lula no dia 2 de outubro. O lulismo, somado a comunidade Cultura de Rede, teve 60% das menções no Twitter.
Foram analisados 1.581.725 tweets a partir das seguintes autoridades pesquisadas: 'Lula', 'Bolsonaro', 'Ciro', 'Moro', 'Alckmin', 'Eduardo Leite' e 'Simone Tebet'.
Lulistas criticam discurso de Bolsonaro na ONU
O discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU ganhou destaque por sua hipocrisia, viralizando fotos dele com o ditador da Arábia Saudita, e com ampla divulgação de protestos que recebeu por sua passagem por Nova York.
Houve destaque também para a aparição de um vídeo produzido com técnicas de deep fake, falseando a divulgação de pesquisas pelo Jornal Nacional. Teve alto engajamento um vídeo do Steven Levistsky, professor de Harvard, explicando porque é necessário o voto em Lula no 1º turno, e também a peça de campanha do Lula desmascarando o Bolsonaro.
Bolsonarismo tenta implacar pautas positivas do governo federal
O bolsonarismo destacou feitos do governo e fez alusão ao suposto apoio massivo ao Presidente, o “datapovo”, como sinal de que as pesquisas de opinião estão erradas.
A passagem por Nova York foi explorada, comemorando o fato de Bolsonaro ter falado de corrupção do PT na ONU. Ainda houve grande destaque para falas de Ciro Gomes atacando Lula em entrevistas recentes.
Cultura de Rede repercute propaganda do PT com duras críticas a Bolsonaro
A comunidade de cultura de rede é francamente contra Bolsonaro, contou os dias para sua saída do poder e elencou fatos contra o mandatário.
Foram elencadas gafes do Presidente em Londres e circulou bastante o programa de televisão do PT com duras críticas ao candidato de extrema-direita. Ainda foi destaque o vídeo fake sobre pesquisas e o desmentido do JN.
Ciristas e lavajatista permanecem coesos nas críticas a Lula
Ciristas e lavajatistas continuam formando a mesma comunidade por padrão de compartilhamentos. Atacam principalmente Lula e o PT. Moro postou pesquisa da empresa Paraná Pesquisas, de credibilidade duvidosa, em que supostamente teria encostado em Álvaro Dias em intenções de voto.
Ciro criticou Lula por não ir ao debate do SBT e a comunidade que o orbita criticou a ampla aliança feita por Lula, que reuniu de Meirelles a Boulos.