Pesquisa DataFórum desta sexta-feira (8) revela que a volta do Brasil ao Mapa da Fome da ONU foi o principal assunto entre as comunidades progressistas e lulistas do Twitter.
A principal crítica das comunidades é que o governo Bolsonaro (PL) impôs toda sorte de retrocessos ao país e desmontou as políticas de combate à fome e à miséria. Também lembraram que foi durante os governos de Lula (2002-10) e Dilma Rousseff (2010-16) que o país saiu do Mapa da Fome.
Entre as comunidades bolsonaristas permanece a estratégia discursiva de associar o PT e Lula ao narcotráfico, e também acusam a imprensa tradicional de esconder tal elo.
O presidente Bolsonaro e o empresário Luciano Hang, o "véio da Havan", apostaram em discurso combinado nas redes, ambos, a partir de tuítes com toques de humor, lançaram a ideia a campanha "É tudo culpa do Bolsonaro" e deram destaque para a queda do preço dos combustíveis.
Ciro Gomes e as comunidades que lhe dão suporte no Twitter subiram o tom, novamente, contra o ex-presidente Lula. O candidato do PDT acusou o petista de ser o responsável pela eleição de Bolsonaro e, mais uma vez, declarou que não subiu no palanque de Haddad, então candidato do PT à presidência em 2018, porque "não se junta com ladrões".
Por sua vez, os lavajatistas compararam a "PEC Kamikaze" de Bolsonaro com algumas medidas tomadas pela ex-presidenta Dilma Rousseff em 2014. Para este grupo, tanto Dilma quanto Bolsonaro "são dois irresponsáveis e populistas".
Foram analisados 533.359 tweets a partir das seguintes autoridades pesquisadas: 'Lula', 'Bolsonaro', 'Ciro', 'Moro', 'Alckmin', 'Eduardo Leite' e 'Simone Tebet'.
Bolsonaristas reforçam discurso que aponta elo do PT com o narcotráfico
O agrupamento bolsonarista apostou novamente na narrativa de que Lula e o PT têm envolvimento com o tráfico internacional de drogas e o crime organizado. A narrativa é construída sobre um ar de certo "mistério", já que argumentam que as informações divulgadas por eles nos últimos dias não foram publicadas em veículos da grande imprensa, notadamente a Globo.
Bolsonaro e Luciano Hang apostaram em tiradas bem-humoradas. O “veio da Havan” afirmou ser "tudo culpa de Bolsonaro", mostrando uma placa com preços de combustíveis em queda, e Bolsonaro publicou foto de concurso de sósias de Hang.
Lulistas destacam volta do Brasil ao Mapa da Fome
Foram destaques da comunidade lulista temas diversos, mas o destaque principal foi a volta do Brasil ao Mapa da Fome, com publicação do próprio Lula.
O ex-Presidente também destacou a questão do preço dos combustíveis e do ICMS, afirmando que em 2008 enfrentou a crise global com gasolina a R$ 2,60 por não ter dolarizado o preço dos combustíveis, como fez Bolsonaro ao nomear presidente da Petrobras alinhado com interesses dos acionistas.
Também teve destaque as alianças de Bolsonaro com o Centrão e o indiciamento de líder do PL por pedofilia.
Comunidade pop responsabiliza Bolsonaro pelos retrocessos sociais do Brasil
A comunidade de cultura pop revelou mais uma vez inclinação pró-Lula e anti-Bolsonaro.
O primeiro grupo, a partir de suas ações críticas ao governo Bolsonaro, exerceu influência sobre a comunidade lulista, que se apresenta um tanto apática, mesmo com o candidato do PT liderando em todas as pesquisas de intenção de votos.
As comunidades pró-lula focaram o seu discurso em criticar a volta do Brasil ao Mapa da Fome da ONU.
Também ganhou destaque a entrevista de Bolsonaro para influencers estrangeiros.
Ciro Gomes responsabiliza Lula pela eleição de Bolsonaro em 2018
Ciro subiu o tom das críticas a Lula e o acusou de ser o responsável pela carestia e pela chegada de Bolsonaro ao poder, além de insinuar que não se juntou com ladrões na eleição de 2018.
O pedetista também afirmou ser Lula o responsável, de caso pensado, pela chegada de Bolsonaro ao poder. Afirmou também que a sua ida para Paris no segundo turno de 2018 foi para não se juntar com ladrões.
Lavajatistas equiparam Dilma Rousseff a Jair Bolsonaro
A comunidade lavajatista não centrou o seu discurso em um ponto específico, mas se destacaram comparações entre o pacote de medidas da Dilma em 2014 com a PEC proposta pelo governo Bolsonaro agora em 2022.
Os dois são criticados, mas seguem na linha de que Bolsonaro é semelhante ao PT na irresponsabilidade e populismo. Moro lançou candidatura da sua esposa, Rosângela, a deputada.