GIGANTES DA TECNOLOGIA

Musk, Zuckerberg e o exército de Zelensky na guerra da informação na Ucrânia

Conluio de Musk e Zuckerberg permite ao presidente ucraniano contar com um arsenal tecnológico para massacrar a versão russa na guerra da informação

Zelensky em discurso a congressistas dos EUA.Créditos: Reprodução/Youtube
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Com menos de um quarto da força militar da Rússia na guerra travada no leste europeu, Volodymyr Zelensky conta com um exército virtual que supera em muito as o poderio de Vladimir Putin na guerra da informação.

Além do apoio latente dos grandes grupos de mídia liberal do ocidente, a Ucrânia tem recebido auxílio de gigantes da informação, responsáveis por manter a versão de Zelensky sobre o conflito no mundo.

Nesta sexta-feira (18), Mykhailo Fedorov, um jovem de 31 anos que ocupa o cargo de Ministro da Transformação Digital da Ucrânia, agradeceu nominalmente ao bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, pelo envio de mais um lote de estações Starlink, que mantém a internet no país após ataques russos derrubarem provedores.

"Um novo lote de estações Starlink! Enquanto a Rússia bloqueia o acesso à Internet, a Ucrânia está se tornando mais aberta ao mundo inteiro. A Ucrânia é a verdade. A verdade sempre vence. Obrigado, @elonmusk, o Governo da Polônia e Orlen", escreveu Fedorov na rede.

No final de fevereiro, Musk - que se vangloria de promover golpes pró-liberalismo no mundo, como o ocorrido na Bolívia em 2019 - havia prometido o envio de mais terminais ao país, respondendo a um tuite de Fedorov: "enquanto você tenta colonizar Marte — a Rússia tenta ocupar a Ucrânia".

Musk, no entanto, não é o único a receber afagos do ministro ucraniano. 
 
Fedorov anunciou que assinou um acordo com a Meta, de Mark Zuckerberg, e o Twitter, para "nos ajudar a combater a propaganda dirigida pela Rússia em suas plataformas".

"Temos que impedir que a Rússia espalhe seu incitamento ao ódio entre os ucranianos e os poloneses", escreveu o ucraniano na rede nesta sexta.

Na prática, o acordo já existe desde o dia 10 de março, quando a Meta - que controla redes como Facebook, Whatsapp e Instagram - liberou o compartilhamento de conteúdos que estimulem a violência contra a população da Rússia diante da guerra na Ucrânia

"Como resultado da invasão russa da Ucrânia, temporariamente permitimos formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras, como discurso violento como 'morte aos invasores russos'", diz comunicado enviado à Reuters por um porta-voz da Meta.

Segundo ele não serão permitidas mensagens de violência contra civis russos, mas um e-mail enviado aos moderadores da plataforma deixa explícita a brecha de incitação à violência e à russofobia.

Desde a campanha, Zelensky tem usado o método replicado pela ultradireita conservadora mundial para obter ganhos políticos: a propagação de fake news pelas redes sociais.

Na prática, o conluio de Musk e Zuckerberg permite ao presidente ucraniano contar com um arsenal tecnológico para massacrar a versão russa na guerra da informação, além de fazer com que Zelensky ecoe sua versão em grandes palanques do mundo, como o Parlamento Europeu, do Reino Unido e até mesmo no Capitólio.