Levantamento DataFórum desta terça-feira (25) mostra que o ataque terrorista perpetrado por Roberto Jefferson (PTB) contra agentes da Polícia Federal (PF) ainda reverbera com força nos grupos lulistas e bolsonaristas do Twitter.
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No campo dos grupos pró-Bolsonaro nota-se a estratégia de tentar tirar da pauta os ataques de Jefferson e, de alguma maneira, desvencilhar a imagem do presidente Bolsonaro (PL) do ex-deputado, pois, o presidente e Jefferson possuem uma relação fraterna de longa data.
Entre os grupos pró-Lula o objetivo central é mostrar ao eleitorado que Jefferson é amigo do presidente e que este, ao tomar conhecimento da situação, entrou em campo para proteger o aliado.
Além disso, os grupos lulistas apontaram a questão de classe e o preconceito de Bolsonaro com os mais pobres, pois, antes do ataque terrorista de Jefferson, o presidente e a comunicação de sua campanha insistiam na tese de que Lula e PT "apoiam bandidos".
Com a granada que Jefferson jogou no colo de Bolsonaro, Lula e o PT responderam a partir de declarações à imprensa, mas também na campanha veiculada na TV nesta segunda-feira (24) que, gravada em uma favela, criticou a postura preconceituosa de Bolsonaro com os mais pobres e que, na verdade, o mandatário atua em prol dos mais ricos e de seus "amigos criminosos".
A postura hipócrita de Bolsonaro, que levou horas para se solidarizar com os policiais baleados por Jefferson, não passou despercebida pelos internautas, que subiram duas tags críticas ao mandatário: "Roberto Jefferson é Bolsonaro" e "Bolsonaro apoia criminosos".
Além de toda a questão envolvendo o ataque terrorista de Jefferson, voltou à tona as propostas de Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, que visa congelar os salários mínimos e aposentadorias.
Começam também a surgir críticas a outra proposta econômica de Guedes: retirar as despesas com educação e saúde da dedução do Imposto de Renda.
Diante de verdadeiros pacotes de maldade, os internautas apontam que, além de ser um governo nocivo aos mais pobres, um eventual novo mandato de Bolsonaro também será nefasto à classe média.
A comunidade pró-Lula obteve 56% das menções no Twitter, e a comunidade pró-Bolsonaro obteve 32% de citações.
Foram analisados 3.099.118 tweets a partir das seguintes autoridades pesquisadas: lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, cirogomes, @cirogomes, lula, bolsonaro, ciro, @simonetebetbr, simonetebetbr, "simone tebet", @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_, PDT_Nacional, @PDT_Nacional, MDB_Nacional, @MDB_Nacional.
Lulistas criticam congelamento do salário mínimo
O ataque perpetrado por Roberto Jefferson ainda teve destaque na comunidade lulista, ainda que com menor volume do que ontem. Felipe Neto argumentou que, se a reação dos policiais que foram alvo fosse outra, o desfecho poderia ser benéfico para a narrativa bolsonarista.
O mesmo Felipe afirmou que circulam informações de que estariam contratados disparos de mais de 6 bilhões de mensagens a favor de Bolsonaro para essa reta final de campanha. A temática da censura chegou aos destaques desta comunidade, com alguns reclamando de censuras impostas pelo TSE. Os cortes no salário mínimo também estiveram entre os maiores destaques.
Bolsonaristas tentam abafar caso Roberto Jefferson
A temática do suposto favorecimento de Lula em inserções nas rádios do Nordeste ganhou apelo no fim da noite e obteve forte engajamento na comunidade bolsonarista.
Bolsonaro evocou a narrativa da criação futura de empregos através de um novo decreto presidencial. Outros destaques trazem questões mais pontuais, como a suposta censura sofrida por decisões do TSE, a realização da live do Bolsonaro com influenciadores de extrema direita e a sabatina na Rede Record.
Cultura de Rede
A comunidade de cultura de rede foi francamente pró-Lula. O candidato do PT teve apoio entusiasmado, em postagens com bom humor. Existiu aqui e ali um pouco de desconforto com as eleições e a temática política, que esperam que seja superada em breve.
Há manifestação de cansaço com o processo eleitoral, centrado na figura do Bolsonaro, mas também um clima de empolgação com a candidatura petista e torcida para que Lula seja eleito Presidente no próximo domingo. Essa comunidade obteve 9% das menções no Twitter.