ESPERANÇA

Cai o número de pessoas em abrigos no Rio Grande do Sul em razão das enchentes

Dados do governo do estado mostram que alguns gaúchos têm retornado para as próprias casas ou para residências de amigos e parentes

Créditos: Agência Brasil (Pedro Piegas/PMPA) - Cai número de pessoas em abrigo no Rio Grande do Sul
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O número de pessoas abrigadas no Rio Grande do Sul devido às enchentes que atingiram o estado nas últimas semanas diminuiu de 81,2 mil, no domingo (12), para 77,4 mil nesta segunda-feira (13), informou o governo estadual. A redução é atribuída ao retorno de alguns residentes às suas casas ou à realocação em moradias de familiares e amigos.

A Defesa Civil do estado reportou que 538.245 pessoas estão desalojadas e mais de 2,12 milhões foram impactadas pelas enchentes.

Desde o início das chuvas, o estado contabilizou 147 mortes, 127 pessoas ainda estão desaparecidas, e 806 foram feridas. A lista com os nomes das vítimas fatais e os locais dos óbitos está disponível no site da Defesa Civil estadual.

Das 497 cidades do Rio Grande do Sul, 450 enfrentaram inundações. Até o momento, mais de 76,4 mil pessoas e 10.814 animais foram resgatados em operações que contam com a participação de 27.651 agentes públicos de âmbito federal, estadual e de estados aliados.

Colapso climático no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul vem sofrendo na última semana com um verdadeiro colapso climático e social. Desde o último dia 28 de abril, quando começaram as fortes chuvas em terras gaúchas, os leitos dos principais rios do estado tem transbordado como nunca e alagado não apenas cidades do interior mas a própria capital, Porto Alegre, que está quase que completamente debaixo d’água. A maioria esmagadora das vítimas são pessoas mais pobres, que vivem nos locais mais afetados.

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Entre os cinco maiores desastres climáticos da história gaúcha, este é o quarto a atingir o estado em menos de um ano. No ano passado, ocorreram tragédias em junho, setembro e novembro, deixando, somadas, 75 mortos.

Linha do tempo do colapso

Início da Catástrofe: A crise começou na noite de 27 de abril, quando uma microexplosão atmosférica atingiu Santa Cruz do Sul, causando tempestades com granizo e ventos fortes. A prefeitura declarou situação de emergência após 750 casas serem danificadas.
 
Ponte Colapsada: Em 30 de abril, a prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo, gravava um vídeo em uma ponte danificada quando esta foi arrastada pela correnteza.

Rompimento de Barragem: Em 2 de maio, a Barragem 14 entre Cotiporã e Bento Gonçalves rompeu, forçando a evacuação da área. A geografia regional exacerbou a situação, com rios que desembocam no lago Guaíba, afetando Porto Alegre e sua região metropolitana.

Inundações em Porto Alegre: Nos dias seguintes, especialmente de 3 a 5 de maio, Porto Alegre e arredores enfrentaram severas inundações. O governador Eduardo Leite e o presidente Lula responderam com decretos de calamidade e visitas de auxílio.

Cenas de Caos: A pressão da água causou o colapso de estruturas de contenção como o Cais Mauá. O Dique da Fiergs cedeu em 4 de maio, resultando em evacuações de emergência.

Impactos Regionais: Em Canoas, a situação também era crítica, com evacuações em massa e resgates por barcos e helicópteros. A infraestrutura de saúde foi severamente impactada, com hospitais como o Pronto Socorro de Canoas evacuando pacientes.

Consequências Infraestruturais: Mais de 1 milhão de imóveis ficaram sem água e 418 mil sem eletricidade. Diversos hospitais fecharam ou operaram parcialmente.

Colapso de Serviços: Em 6 de maio, o Aeroporto Salgado Filho suspendeu voos, e a Arena do Grêmio e o Estádio Beira-Rio ficaram alagados, afetando eventos esportivos.

Desligamento de Infraestrutura Crítica: O Dmae desligou a Casa de Bombas 16 devido a riscos elétricos causados pelo alagamento, comprometendo ainda mais a situação de drenagem em áreas críticas da cidade.

Alerta para Novas Inundações: Em 10 de maio, a Defesa Civil alertou para o risco de fortes inundações no sul do estado, próximo à Lagoa dos Patos, e recomendou evacuações preventivas.

Com informações da Agência Brasil