DE OLHO NA URNA

Os reveses do casal Moro na eleição de Curitiba

Senador foi "escondido" da campanha de candidato Ney Leprevost, que tem Rosângela Moro como vice; mas este não foi o único contratempo do ex-juiz

Créditos: Lula Marques/Agência PT e Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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Apesar de ter Rosângela Moro (União) como vice, o candidato à prefeitura de Curitiba (PR) Ney Leprevost (União) utilizou a imagem do marido de sua companheira de chapa, o senador Sergio Moro (União-PR) somente uma vez na propaganda de rádio e TV. Sua ausência nas principais agendas de campanha também tem sido notada.

Segundo a colunista de O Globo, Bela Megale, a pouca exposição incomoda também porque prejudica os planos de Moro de se candidatar ao governo do Paraná em 2026. Ainda que publicamente, tanto Leprevost quanto Rosângela dizem não haver problema, mas a deputada também estaria se queixando de estar "escanteada", sem aparecer e também sem participar das decisões da campanha.

Na pesquisa mais recente divulgada na capital paranaense, na quinta-feira (26), realizada pelo Instituto Radar Inteligência/BandaB, o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) cresceu dez pontos e tem 35,4% das intenções de voto. Na sequência aparece Luciano Ducci (PSB), com 16,4%. Ney Leprevost tem 9,3% e já é ameaçado pelo crescimento da candidata de extrema direita Cristina Graeml (PMB), que chega a 7,2%. Roberto Requião (Mobiliza) tem 7%.

Apoio questionado 

Além do fraco desempenho da chapa que tem o casal na campanha, Sergio Moro se envolveu em outro episódio que lhe rendeu diversas críticas nas redes sociais.

O ex-juiz declarou apoio ao candidato à prefeitura de São José dos Pinhais, cidade que faz divisa com Curitiba, Geraldo Mendes (União), aparecendo em um vídeo ao lado do candidato. Mendes foi acusado pela esposa por tentativa de estupro, ameaça de morte e agressão.

Mendes foi acusado pela esposa, Emiliane Keli da Silva, que registrou dois boletins de ocorrência contra o deputado federal, conforme o jornal Folha de S. Paulo. Em 19 de abril, advogados de Emiliane pediram ao Ministério Público que as acusações fossem retiradas afirmando que registrou os boletins "sob forte emoção, razão pela qual a continuidade da investigação será prejudicial a mim, ao meu companheiro e às nossas filhas".

Na postagem em seu perfil no Instagram na qual divulgou seu vídeo de apoio a Mendes, foram vários comentários demonstrando insatisfação com a postura do senador. "Decepção! Virou bem político mesmo!", disse uma seguidora. "Esse político não respeita mulheres, por que dar a ele seu apoio?", questionou outro.

Deputada por São Paulo, candidata em Curitiba

Eleita deputada federal por São Paulo em 2022, Rosângela Moro transferiu o título de eleitor de volta para o Paraná em março de 2024 para ser candidata a vice. 

O PT tentou indeferir a candidatura com uma ação na Justiça Eleitoral, alegando que a legislação eleitoral veda a transferência de domicílio no decorrer do mandato. No entanto, o Tribunal Regional do Paraná (TRE-PR) rejeitou a tentativa de impugnação.

Em 2022, o registro da candidata também havia sofrido duas ações por impugnação em função da suposta ausência de domicílio eleitoral em São Paulo. À época, o Ministério Público Eleitoral de São Paulo se manifestou pela improcedência das alegações, considerando que Rosângela teria comprovado vínculos profissionais com a cidade pelo fato de prestar serviços advocatícios havia mais de cinco anos para uma entidade com sede na capital paulista.