Em trajetória de queda nas pesquisas e longe dos líderes na disputa pela prefeitura de São Paulo, o apresentador de televisão José Luiz Datena não esconde mais o tom pessimista.
Nesta sexta-feira, em campanha, lamentou ao portal Uol ter se candidatado. "Achei que estava certo [quando lançou candidatura]. Eu preferia não ter entrado do que participar de uma campanha tão disputada como essa daí. Como senador, era para ter sido eleito com pé nas costas", declarou.
Te podría interesar
O tucano também criticou a legislação eleitoral que o impediu de seguir comandando seu programa no final de junho e reclamou do pouco tempo que tem no horário eleitoral gratuito, apenas 35 segundos, além de se queixar por ter menos recursos de campanha do que os rivais. "Ah, isso é choro de perdedor, Datena? É", afirmou.
PSDB e Corinthians
Sua filiação ao PSDB aconteceu em abril e a ideia inicial era que Datena fosse vice de Tábata Amaral (PSB). Dividida, parte da legenda, antes mesmo dessa discussão sobre uma possível candidatura do apresentador, migrou para a base do prefeito Ricardo Nunes (MDB), fazendo com que a sigla ficassem sem vereadores na capital paulista.
Antes de fazer parte do ninho tucano, o apresentador já havia sido filiado ao PT, PP, PRP, DEM, MDB, PSL, União Brasil, PSC, PDT e PSB. Sobre o novo partido, fez ainda ao Uol uma ponderação que acredita retratar o momento atual da legenda.
"O PSDB parece o Corinthians. Tem camisa, já ganhou campeonato do mundo. Não vou falar do Palmeiras, que não tem [o Mundial], para não perder votos…", comparou. "O PSDB é um partido muito forte, com grande chance de se reerguer, mas que foi prejudicado por muitas vaidades. Muita gente usou o partido para se promover, e o partido vive uma situação complicada, e não só em São Paulo, no Brasil."
Queda nas pesquisas
O desânimo do candidato se relaciona com seu atual desempenho nas pesquisas eleitorais. No último Datafolha, divulgado na quinta-feira (5), ele oscilou negativamente três pontos, no limite da margem de erro, em relação à sondagem de 22 de agosto, quando já havia perdido quatro pontos em relação ao levantamento anterior.
Mesmo assim, ele tem reiterado que não vai desistir da disputa pela prefeitura da capital paulista. Em outras quatro ocasiões, ele chegou a ser cogitado como candidato a cargos públicos, mas recuou.
Em 2016, sairia como candidato a prefeito em São Paulo pelo PP. Já em 2018, cogitou disputar o Senado pelo antigo DEM. Dois anos depois, quase foi candidato a vice na chapa de Bruno Covas (PDSB), mas também acabou desistindo. Nas eleições de 2022, sairia pelo Senado concorrendo pelo PSC na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas também abriu mão de disputar a vaga.