ELEIÇÕES 2024

Guerra religiosa: Marçal cai 8 pontos entre evangélicos; Boulos sobe 6 entre católicos

Detalhamento da pesquisa Quaest mostra que após se vitimizar por cadeirada, ex-coach despencou em segmentos em que liderava. Boulos conquistou eleitorado mais pobre e passou a liderar na classe média

Guilherme Boulos e Pablo Marçal.Créditos: Leandro Paiva / Reprodução Youtube
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Pablo Marçal (PRTB) foi o maior derrotado na guerra religiosa declarada por ele próprio nas eleições à Prefeitura de São Paulo, segundo detalhamento da pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (18).

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Em sentido oposto, Guilherme Boulos (PSOL) alavancou sua candidatura entre os católicos, crescendo 6 pontos percentuais em uma semana e empatando com Ricardo Nunes (MDB) com 26% das intenções de votos.

Nesse segmento, o atual prefeito, que liderava com um folga de 8 pontos, caiu dois. Marçal foi de 18% para 15%. E José Luiz Datena (PSDB) subiu 4 pontos, chegando a 12% entre os católicos, após o episódio da cadeirada. Tabata Amaral (PSB), oscilou 1 para menos e está com 7%. A margem de erro entre católicos é de 5 pontos para mais ou para menos.

Evangélicos

A maior derrocada para Marçal se deu no segmento evangélico, onde liderava com 9 pontos de diferença sobre Nunes até a semana passada, quando a Quaest registrava 37% a 26% para o ex-coach.

Marçal caiu após declarar guerra religiosa e se envolver num bate-boca com o pastor Silas Malafaia, guru de Jair Bolsonaro (PL), e se comparar com personagens bíblicos como Davi, segundo rei de Israel, e Salomão que herdou o trono, segundo a narrativa cristã.

Entre os evangélicos, Marçal derreteu de 37% para 29% e foi ultrapassado numericamente por Nunes, que escalou um batalhão de pastores na campanha e subiu de 26% para 30%. Boulos oscilou 1 ponto para mais e chegou a 10% - mesmo índice de indecisos. 

Datena tem 7%, Tabata 6% e Marina Helena (Novo) 3%. A margem de erro é de 6 pontos para mais ou para menos.

Entre aqueles que declaram outra religião, Boulos manteve a liderança com 29% das intenções de votos. Marçal vem em segundo com 20%, seguido de Nunes com 16%. Datena foi de 9% para 11% e passou Tabata, que caiu de 10% para 8%. Marina tem 1%. A margem de erro é de 5 pontos.

Sexo

O derretimento de Marçal atinge também um público onde ele tem forte atuação: os homens. O ex-coach teve uma queda de 6 pontos e ainda lidera com 25%, mas apenas um ponto à frente de Guilherme Boulos, que subiu 4 pontos e soma 24%. Nunes manteve os 21%.

Datena saiu de 5% e foi para 9% no eleitorado masculino após alegar "defesa da honra da família" na cadeira no ex-coach. Tabata foi de 6% para 4% e Marina manteve 2%. A margem é de 4 pontos.

Entre as mulheres, Boulos subiu dois pontos e foi a 22%, ainda atrás de Nunes, que oscilou 1 ponto para mais e chegou a 26%. Marçal caiu de 17% para 16%, Datena subiu de 10% para 11% e Tabata oscilou de 10% para 9%. Marina manteve os 2%. A margem também é de 4 pontos.

Renda

Na população mais pobre, Boulos também cresceu, de 17% para 19%, ultrapassando Marçal, que manteve os 18%. Nunes lidera, mas caiu de 25% para 24%. Datena mantém 12% e Tabata caiu de 7% para 4%. Marina oscilou de 3% para 2%. 

Na classe média, que ganha entre 3 e 7 salários mínimos, houve a maior movimentação. Boulos que estava com 21%, na terceira colocação, subiu 5 pontos e agora lidera com 26%.

Marçal, que liderava com 27%, derreteu e está em terceiro, com 20%, atrás de Nunes que caiu de 25% para 23%. Na sequência estão Datena com 9%, Tabata com 6% e Marina com 1%. 

Na classe mais rica, com ganhos acima de 7 salários, houve outra movimentação brusca. Marçal, que liderava com 25% caiu para 23% e foi ultrapassado por Nunes, que subiu de 20% para 24%. Boulos oscilou 2 para baixo e está em terceiro com 22%.

Em renda, a margem de erro é de 5 pontos percentuais para mais ou para menos.