Daniela Rodrigues da Silva, brasileira e ativista em favor da causa palestina, foi brutalmente agredida nesta terça-feira (30) quando passou de carro em frente ao Clube Hebraica, na zona oeste de São Paulo. Edva Aguilar estava no veículo e testemunhou o ataque que deixou Daniela com o braço esquerdo quebrado.
Ambas são militantes do Núcleo Palestina do PT-SP e da Frente em Defesa do Povo Palestino SP. Elas retornavam da zona sul da capital paulista, pela Marginal Pinheiros, onde tiveram a tentativa infrutífera de entregar uma carta a Carlos Alexandre Medeiros, presidente da Caterpillar Brasil.
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O documento sugeria que a empresa revisse sua posição de apoiar o regime israelense, acusado de genocídio, colonização e limpeza étnica. A empresa fornece equipamentos para demolição de casas ao Estado de Israel, usados em operações que literalmente colocam lares palestinos abaixo para, sobre seus escombros, erguer moradias para os colonos que ocupam a Cisjordânia de forma ilegal.
O carro das duas, como é de se esperar de alguém que apoia determinada causa, tinha adesivos e bandeiras palestinas. No entanto, é importante frisar que a passagem diante da Hebraica não necessariamente teria uma conotação de provocação, uma vez que o clube está localizado na própria Marginal Pinheiros e uma de suas ruas laterais é importante via para acessar as avenidas Faria Lima, Rebouças, Paulista, Brasil e Doutor Arnaldo.
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Elas vinham pela Marginal Pinheiros e viraram na Gabriel Monteiro da Silva, a supracitada rua lateral. Mas a via estava congestionada e decidiram dar a volta no quarteirão para retornar à via principal e tentar outro caminho. Assim, viraram à direita na Rua Ibianópolis e, em seguida, novamente à direita na Rua Angelina Maffei Vita, para retornar à Marginal. E foi na portaria localizada nessa última rua onde os ataques ocorreram.
Daniela teve o braço fraturado e no momento em que essa matéria é publicada ela se encontra hospitalizada, aguardando cirurgia. Segundo relatos de quem a acompanha, está bem, ainda que com muita dor.
O Núcleo Palestina do PT-SP divulgou nota sobre o caso. Nela, relata que seus militantes e parlamentares, juntamente com a Frente em Defesa do Povo Palestino SP, já começaram a se mobilizar para denunciar o que consideram ser um crime e tomar as medidas jurídicas e penais cabíveis contra os responsáveis.
“O incidente evidencia a crescente intolerância e a repressão contra ativistas em solidariedade ao povo palestino, e reforça a necessidade urgente de defender os direitos humanos e a liberdade de expressão”, diz a nota.
O Clube Hebraica ainda não se pronunciou publicamente. Quando o fizer, atualizaremos a matéria.