A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta quarta-feira (24) um homem suspeito de envolvimento na misteriosa morte de Carlos Alberto Felice, empresário de 77 anos encontrado morto e amarrado semanas atrás, em sua residência localizada no Jardim Europa, um bairro nobre da capital paulista.
Alerta: a reportagem a seguir contém relatos de violência e pode impactar algumas pessoas. A Fórum reproduz por se tratar de interesse jornalístico.
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Não foi revelada a identidade do suspeito. O que se sabe é que ele é ajudante de pedreiro e trabalhava numa obra próxima à casa do idoso. Logo que foi preso, exclamou: “não fiz nada”. Questionado no momento da prisão, disse que apenas trabalha na região.
O delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Deic, por outro lado, disse à imprensa que o suspeito tem diversas passagens pela polícia e que, além dele, desconfia que haja um segundo autor do crime. “Ele foi detido na obra, mas o outro não estava em casa. Alguém deve ter avisado”, declarou.
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O suspeito agora vai prestar depoimento à Delegacia de Polícia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat) do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
O depoimento estava marcado para esta quarta-feira, mas ainda não há uma confirmação oficial se foi ou não tomado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que o Deic pediu a prisão temporária do suspeito à Justiça. A polícia promete divulgar mais detalhes do caso na próxima quinta-feira (25).
Relembre o caso
Um crime misterioso mobiliza os investigadores da DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil de São Paulo. Um idoso de 77 anos foi encontrado morto, amarrado com fios metálicos nas pernas e punhos, na noite de terça-feira, 16 de julho, num imóvel de alto padrão do bairro luxuoso do Jardim Europa, na capital paulista.
O cadáver de Carlos Alberto Felice foi encontrado na garagem de sua residência, na Rua Prudente Correia, após um sobrinho dele ir até o local, chamar pelo tio e tocar a campainha, por volta das 20h, e ninguém atender. Ele resolveu aparecer na residência após um vizinho de Felice contar para a mãe do rapaz que o idoso não aparecia havia alguns dias na igreja do bairro. Sem resposta, o sobrinho acionou a PM, que compareceu ao endereço e ingressou no casarão, encontrando o corpo.
Enquanto os policiais davam sequência à ocorrência e vistoriavam a casa, um morador da região foi até o sobrinho de Felice e relatou ser amigo da vítima há mais de 30 anos, para na sequência contar que o idoso teria vendido a casa e mantido no interior dela mais de R$ 3,5 milhões em espécie, valor referente à transação. De acordo com esse amigo, algumas pessoas sabiam que “havia um bom dinheiro lá dentro”.
A família da vítima entrou em contato então com o advogado dele, que confirmou a venda do imóvel pelo valor mencionado, pago em dinheiro vivo e mantido no interior da residência de Felice. Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) não confirmou se o montante estava na casa, assim como o boletim de ocorrência, que não faz menção ao dinheiro.
Outro ponto notado pelos investigadores foi o de que o carro de Felice, um Hyundai HB20, não estava na garagem. Um vigilante que trabalha naquela rua contou aos PMs que a última vez que viu o senhor idoso sair com o veículo foi na quinta-feira (11) da semana anterior, mas não soube dizer se ele estava acompanhado na ocasião. O veículo foi encontrado na última terça (23), no Capão Redondo, bairro periférico da zona sul, sem chave e com vidros parcialmente abertos. A placa também foi trocada, o que dificultou sua localização.