Um camarote no sambódromo Marquês de Sapucaí, palco do desfile oficial de Carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro, estava servindo aos convidados comida preparada dentro de um banheiro masculino. A dona do buffet e o responsável pelo "Lounge da Sapucaí" foram presos após fiscalização da Vigilância Sanitária e da Polícia Civil na noite deste domingo (11). Agora, o camarote voltou a fornecer comida aos foliões por meio de serviço de entrega, conforme informado pela assessoria de imprensa.
Responsável pela investigação, a 6ª Delegacia de Polícia (Cidade Nova) ouviu Ayla Almeida Amansio e Sefora de Oliveira Leite de Jesus, mas já as liberou. “Não cobramos ingresso. Distribuímos convites a artistas, influenciadores e patrocinadores", diz a assessoria do Lounge Sapucaí. Os agentes da vistoria encontraram 500 kg de alimentos no banheiro, armazenados sem refrigeração adequada, junto a objetos como meias e mochilas. Toda a comida, que estava sendo preparada em um sanitário do setor 12 da Sapucaí, foi descartada.
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Segundo a promotora Rosemary Duarte, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que acompanhou a vistoria, a cena dos alimentos sendo preparados em um banheiro "deu nojo". Diz nota oficial do MPRJ sobre o caso:
"O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) efetuou duas prisões em flagrante, na noite de domingo (11/02), no Sambódromo. Foram presas as responsáveis pelo camarote Lounge Sapucaí e pelo fornecimento de alimentação no local, por armazenamento impróprio de alimentos.
O perfil oficial Rio Carnaval também se manifestou sobre o caso:
No entanto, o estabelecimento pode continuar operando normalmente. Há dois dias atrás, os frequentadores receberam alimentos adquiridos em lanchonetes do Sambódromo. A empresa A. Aylla adquiriu a área no setor 13, conforme informado pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). No entanto, a responsabilidade pelo lounge se tornou motivo de controvérsia. Nos últimos dias, os organizadores divulgaram material vinculando o camarote à Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, que há anos mantém frisas no setor 13, distribuídas gratuitamente a pessoas com deficiência e seus acompanhantes.
Os agentes de fiscalização inspecionaram outros quatro camarotes. Um deles foi encontrado superlotado. Segundo o MPRJ, as medidas “realizadas nos camarotes do carnaval na Marquês de Sapucaí evidenciaram um cumprimento substancial das normas estabelecidas pela legislação vigente".
Pelo X, antigo Twitter, usuários comentaram sobre a situação. “Você consegue um espaço para fazer um camarote num lugar onde praticamente tem briga de foice para conseguir uma vaga, e aí tem seu camarote interditado e vai preso porque improvisou uma cozinha (sem autorização) em um banheiro”, escreveu um. “Imagina pagar caro para entrar em um camarote e ter que comer algo que foi preparado no banheiro? Não parece real”, afirmou outro.