Kelvyn Alexsander Barbosa Nunes, de 27 anos, recebeu alta nesta sexta-feira (26) na Santa Casa de Jacareí após ferimentos graves nos olhos, nariz e rosto devido a uma agressão gratuita sofrida do policial militar Richardson Igan de Monteiro de Paula Bento, que estava devidamente fardado.
A agressão ocorreu nas dependências de uma padaria da cidade do interior de São Paulo e foi registrada por câmeras de segurança do estabelecimento. Em determinado momento, o agente se aproxima do homem e o golpeia com uma cotovelada no rosto. Em seguida, deixa o local. A justificativa foi por acreditar que a vítima da agressão havia furado a fila.
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A esposa e filha da vítima, uma bebê de colo, acompanharam a cena. Logo após a agressão gratuita o homem procurou atendimento médico e acabou internado. Três dias depois recebeu alta, mas está com dificuldades para falar e em estado de choque, conforme relatou a afiliada da Globo na região.
“Passarei por avaliação na segunda-feira para fazer uma cirurgia. Já foram feitos todos os examos para que na segunda eu consiga fazer a cirurgia. Não estou conseguindo falar devido a fratura que tem no osso da bochecha”, afirmou o homem.
O jovem ainda disse que tem recebido o apoio da própria PM e que, nas redes sociais, recebeu muitas mensagens de apoio de internautas. Ele não fazia ideia que o seu caso ganhou tanta repercussão.
Não furou a fila
A irmã de Kelvyn, Nayane Cristina Barbosa Nunes, afirmou que ele não furou a fila, pois estava na padaria apenas para entregar roupas que não serviam mais para a filha a uma funcionária que espera uma neta.
“Até agora eu não acredito, ainda mais sendo meu irmão. Ele tem um coração muito bom e foi lá só para entregar as roupinhas da minha sobrinha. Ele soube que a filha de uma funcionária da padaria espera uma menininha. Então ele foi lá entregar as roupas para ela e o PM disse que ele estava furando fila. Meu irmão tentou explicar, mas foi apunhalado”, explica Nayane.
“A gente quer justiça. Quer que ele (o policial agressor) pague pelo o que ele fez no meu irmão. Ele foi agredido e está sofrendo”, completa.
Segundo Nayane, o irmão pode passar por um procedimento cirúrgico.
“O médico disse que uma agressão como essa pode ser pior que um tiro. A face é um lugar sensível, cheio de vasos. Meu irmão está com hemorragia ocular e os médicos estão avaliando se ele precisa de uma cirurgia”, afirmou.
O que diz a defesa do policial
A defesa de Richardson Igan de Monteiro de Paula Bento informou que não vai se manifestar e complementou não foi acionada judicialmente sobre o caso.
O que diz a Polícia Militar
O 41° Batalhão do Interior em Jacareí, onde trabalha Richardson, afirmou ao g1 que foi instaurado um inquérito para apurar o caso, e que o policial que aparece nas imagens já está afastado das funções operacionais da cidade. A corporação também diz que apura o caso.