Um crime hediondo e ainda envolto em mistério choca o Espírito Santo e o Brasil desde a última quinta-feira (11). Naquela data, o corpo de uma mulher foi encontrado coberto por cal em uma estrada rural em Alfredo Chaves, que liga o município capixaba de Matilde à comunidade de São Bento de Urânia, na Região Serrana do Estado. Ela havia sido morta a tiros e deixada ali por quem quer que tenha cometido o crime.
Na última segunda-feira (15) foi confirmada sua identidade: era a enfermeira Íris Rocha, de apenas 30 anos. Ela estava grávida de 8 meses e a menina que esperava nasceria no mês que vem. Iria se chamar Rebeca. A vítima também deixa um filho de 8 anos.
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Segundo relato de Márcia Rocha, sua mãe, à TV Gazeta, um cartão onde era possível ler o primeiro nome da vítima, Íris, foi encontrado próximo do corpo. A polícia então começou uma varredura em todas as pessoas que têm esse nome na região até descobrir quem era a vítima.
“Eles foram falando das características e foram aparecendo coincidências. E aí no final a gente percebeu que era a Íris, minha filha querida, amada”, lamentou Márcia.
Moradora de Jacaraípe, na Grande Vitória, além de trabalhar como enfermeira no Hospital das Clínicas a vítima também era mestranda em Ciências Fisiológicas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e deu aulas em cursos técnicos de enfermagem.
“Uma pessoa meiga, amada, trabalhadora, muito dedicada. Cuidava das pessoas e tinha muito orgulho disso, fazia com carinho e as pessoas gostavam dela, do trabalho que ela fazia. Tão jovem, tão cheia de sonhos. Ela tinha muitos sonhos e deixa um filho de oito anos que amava muito e ele também ama muito ela. Precisamos que a Justiça seja feita, porque foi uma maldade que fizeram com ela”, desabafou a mãe.
Reconhecida profissionalmente, sua morte foi lamentada em notas oficiais também pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES) e pela Ufes, onde cursava mestrado. O corpo da jovem passou por exames periciais no Instituto Médico Legal (IML) de Cachoeiro do Itapemirim, no sul do Espírito Santos, e logo foi liberado para a família. Ela foi sepultada nesta terça no Cemitério Jardim da Paz, próximo de onde vivia.
De acordo com a perícia da Polícia Civil, Íris foi atingida por ao menos dois tiros na região do tórax. No local onde seu corpo foi encontrado, cinco cápsulas também foram encontradas. A Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves investiga o caso e tenta encontrar pistas do autor, ou autores, do crime. O que se sabe é que foi um “ato de extrema crueldade”, como apontou a nota de pesar do Coren-ES.