O professor Ricardo Augusto Felício, famoso publicamente como um ferrenho defensor do negacionismo climático e propagador de narrativas antivacinas, foi demitido da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) por excesso de faltas. Com muitas ausências acumuladas, e diante da impossibilidade de contatá-lo, a instituição o enviou um comunicado de desligamento pelos correios.
A demissão do típico bolsonarista negacionista da ciência já era discutia anteriormente na USP. Em março passado, durante uma sessão que discutia exatamente essa pauta, o diretor Paulo Martins, da FFLCH, apresentou publicamente uma decisão da Procuradoria-Geral da universidade que pedia a demissão de Felício. O negacionista era alvo de processo disciplinar e os professores votaram por unanimidade pela sua saída.
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A ironia do destino é que o negador das mudanças climáticas era professor de Climatologia. Teve uma carreira comum, e comparecia às aulas como qualquer professor. No entanto, a pandemia de Covid-19 causou uma série de mudanças no seu comportamento. Ele então passou a faltar às classes na medida em que se mantinha ativo, e muito ativo, nas redes sociais propagando os mais alucinados discursos daquele momento.
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Felício era contratado para trabalhar 12 horas semanais em atividades da universidade e, no último mês de junho recebeu salário de R$ 8,8 mil. Em vídeo públicado em 2021 no Rumble, chamou a pandemia de “fraudemia”.
Anos antes, em 2018, candidatou-se deputado federal pelo PSL, o mesmo partido de Jair Bolsonaro à época. Recebeu cerca de 11 mil votos mas não foi eleito. Ele tem dois sites, em parceria com outros negacionistas, o “FakeClimate” e o “Mudanças Climáticas”.
Felício é natural de São Paulo e se formou em 1998 em Meteorologia pela USP. Em 2003 obteve seu título de mestrado em Meteorologia pelo Instituto Naiconal de Pesquisas Espaciais (Inpe) e em 2007 concluiu o doutorado em Geografia física pela USP. Ele ainda não se pronunciou sobre o caso.