Uma professora de história do tradicional colégio Dante Alighieri, que recebe os filhos da elite de São Paulo, apresentou aos alunos um vídeo que faz uso da linguagem neutra. O que era para ser motivo de louvor, se tornou uma reprimenda por parte da instituição de ensino.
Pois, ao tomarem conhecimento do conteúdo do vídeo, pais e mães dos estudantes reclamaram da atitude pedagógica da professora com a direção do Dante Alighieri.
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Após a pressão, a direção da escola enviou um comunicado em que diz lamentar o fato de a professora ter utilizado um vídeo sobre linguagem neutra.
A escola alega em seu comunicado que a professora de história exibiu para os alunos de uma das turmas do 6º ano um vídeo do canal do Laboratório de Arqueologia e Antropologia Ambiental e Evolutiva da Universidade de São Paulo (USP) e ressalta que tal conteúdo não faz parte de sua grade curricular.
"Lamentamos o ocorrido, uma vez que o canal em questão apresenta um tratamento editorial de linguagem que não tem correspondência com o padrão de uso de linguagem adotado institucionalmente pelo colégio", diz o comunicado da escola.
Por fim, a direção do Danti Alighieri afirma que a exibição do vídeo foi uma decisão da docente como forma de complementar o conteúdo de sala de aula.
Sobre a linguagem neutra
A linguagem neutra ganhou espaço nos últimos anos com a ascensão do movimento e discussões realizadas por pessoas não binárias.
As pessoas não binárias não se identificam com o gênero masculino e nem com o feminino, dessa maneira, questionam a reprodução do binarismo de gênero na língua.
Dessa maneira, advogam, por exemplo, pelo uso de "todes" no lugar de "todos" ou "todas".
Porém, cabe destacar que as discussões sobre a linguagem neutra vão além de estrutura binária na língua, mas também versam sobre como ela está ancorada e reproduz a mentalidade heterossexual.