Os povos originários também foram afetados pelas fortes chuvas que atingiram a região norte do estado de São Paulo durante o carnaval. O posto de saúde que atende a Terra Indígena (TI) Ribeirão Silveira, no litoral norte paulista, foi atingido pelas tempestades.
Pelas redes sociais, a ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara, informou que a pasta está em contato com os indígenas da região.
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Segundo um dos cofundadores da Frente de Apoio aos Povos Indígenas (Fapib) Sudeste, Maurício Fonseca, em entrevista à Agência Brasil, as estradas de acesso ao local também sofreram danos e precisarão passar por obras, já que a estrutura ficou comprometida.
Fonseca informou que não houve desabamento de casas nem deslizamento de terra na TI. Apesar disso, a comunidade sentiu o impacto do temporal. "Foi um evento climático que assustou a comunidade inteira e, obviamente, ela está preocupada com os desdobramentos dessa crise climática, que está cada vez mais afetando o litoral. Eles têm o conhecimento, estão percebendo essas mudanças", afirmou.
Com nove mil hectares, a TI Ribeirão Silveira abrange os municípios de São Sebastião, Bertioga e Salesópolis. Lá, vivem cerca de 400 pessoas dos povos guarani, guarani mbya e ñandeva, conforme dados da Comissão Pró-Índio, do Instituto Socioambiental e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
De acordo com a Defesa Civil de São Sebastião, a previsão de precipitação acumulada entre esta terça-feira (21) e a próxima sexta-feira (24) é de 200 milímetros (mm). Somente o temporal na madrugada de domingo (19) fez com que o município entrasse em estado de calamidade pública, com pontos de enchentes, desabamentos e deslizamentos. Ao todo, 47 pessoas morreram.
Atuação da Funai
Fonseca destacou que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) está no local, para dar assistência aos indígenas da TI. A contribuição da autarquia, segundo ele, tem sido colaborar com a distribuição de alimentos e manter diálogo com autoridades.
Além da Funai, os indígenas da TI Ribeirão Silveira têm atualizado as informações sobre sua situação nas redes sociais e acionaram redes de lideranças de outros movimentos, como o Fórum das Comunidades Tradicionais do litoral norte. Este grupo conecta povos indígenas, caiçaras e quilombolas.
A Fapib também separou cestas de alimentos, mas não consegue, nesse momento, se aproximar da TI para deixá-las. A entidade segue uma orientação do governo estadual, de aguardar até que o caminho possa ser feito em segurança, explicou Fonseca.
Com informações da Agência Brasil