A Central Única das Favelas (Cufa) e a Frente Nacional Antirracista aceitaram pedido da Cufa Roraima, que já atua na região há mais de dez anos, e lançaram a campanha “Favelas com Yanomami”.
A ideia surgiu após visita a Boa Vista, capital de Roraima, do fundador da instituição e CEO da Favela Holding, Celso Athayde, do presidente da Cufa, Preto Zezé, da copresidenta da instituição, Kalyne Lima, e do diretor nacional de logística, Marcio Lima.
Na agenda, reuniões com autoridades locais e a equipe da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Todos visitaram Surucucu, região importante de muita concentração de Yanomami.
A motivação da campanha foi o diagnóstico que, além da fome, outro grande problema enfrentado na região é a falta de acesso à saúde, já que esses povos se encontram a mais de 1 hora de avião de Boa Vista.
Com isso, a Cufa e a Frente Nacional Antirracista pretendem construir dois polos de saúde, um em Surucucu, outro em local a ser definido, a fim de atender à população Yanomami e outros indígenas que não conseguem ter acesso aos centros hospitalares da capital, mobilizando parceiros e a sociedade civil. O objetivo de arrecadar R$ 3 milhões na campanha.
“Ao chegar aos locais, antes da fome, foi detectado que a saúde indígena, segundo os próprios que conversamos, está precária há muito tempo. Junto a isso, as mudanças climáticas que devido às chuvas intensas, impedem uma produção de alimentos autônoma e compromete a nutrição, principalmente de crianças e idosos, já que a prioridade, pela lógica indígena, é dos homens que saem para caçar, das mães que cuidam das crianças e das aldeias e somente depois as crianças”, explicou Kalyne Lima.
A mobilização para a arrecadação da campanha “Favelas com Yanomami” vai até 27 de fevereiro, com a previsão da pedra fundamental ser lançada no dia 1º de março.
“A questão da fome é algo que agrava todas as situações e produziu as cenas que chocaram a todos nós. A questão do acesso é outro desafio que se impõe, já que em alguns locais só é possível o acesso por via aérea, como foi caso da nossa visita”, afirmou Preto Zezé.
“A Cufa já trabalhava em Roraima, já fazemos ações na região há dez anos. E temos por prática apoiar as Cufas nos seus respectivos estados, cidades e favelas onde existe uma demanda muito grande e onde não têm braços suficientes para poder atender. Não viemos aqui para sermos heróis. Mas vamos ativar e fortalecer mais ainda a nossa rede local e descobrimos este grande problema de saúde que pretendemos ajudar a solucionar, junto das autoridades competentes”, explicou Celso Athayde, fundador da Cufa e CEO da Favela Holding. “Vamos ativar a nossa rede de parceiros, que foi tão importante na pandemia e em outros momentos, para cumprir essa nobre missão”, concluiu.
Para colaborar com a campanha “Favelas com Yanomami” há algumas opções de doação: Pix (chave de acesso - doacoes@cufa.org.br), a Vakinha ou pelo site.