A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou nesta sexta-feira (17) a identidade do principal suspeito de ser o autor de pelo menos 3 cartas deixadas na sede da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ) com ameaças falsas de bombas, no centro da capital fluminense, na última quarta-feira (15). Os investigadores chegaram a conclusão de que o homem, que é advogado, não aceitou uma punição do Conselho de Ética por conta de irregularidade na sua atividade.
José Raimundo Rabêlo Muniz é o principal suspeito e foi alvo de mandados de busca e apreensão em sua residência na última quinta-feira (16). No imóvel localizado em Santa Rosa, bairro nobre de Niterói (RJ), foram recolhidos celular, computador, notebook e documentos do advogado. Muniz não estava no local.
“A motivação seria a insatisfação do advogado por estar respondendo a processo disciplinar perante a Comissão de Ética e Disciplina da OAB e ter sido suspenso por seis meses da atividade advocatícia, pela acusação de apropriação indevida de dinheiro de um cliente”, diz a Polícia Civil.
A polícia já está ouvindo os depoimentos de testemunhas, identificadas através do circuito de câmeras interno do prédio. São pessoas que foram vistas transitando próximas aos locais onde as cartas foram encontradas e que estão sendo intimadas a depor.
Algumas testemunhas teriam visto Muniz mexendo em uma pasta com papeis dentro de um banheiro no 7º andar do prédio. As cartas foram encontradas por funcionários da limpeza justamente neste banheiro, além de mais dois locais: um dos banheiros do 4º andar e um dos elevadores.
A investigação está em vias de transferência para a 5ª Delegacia de Polícia, na rua Mem de Sá. O acusado é investigado por quebra do artigo 251 do código penal, que versa sobre “expor a perigo de vida, a integridade física ou patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou subsistência de efeitos análogos”. A pena varia de 3 a 6 de prisão e multa.
O caso
A Polícia Militar e a Polícia Civil do Rio de Janeiro realizam no início da tarde de quarta-feira (15) uma inspeção no prédio da Ordem dos Advogados do Brasil na capital fluminense (OAB-RJ) após ser encontrada, em um dos banheiros da sede da instituição, uma carta com uma ameaça de atentado a bomba.
O prédio foi totalmente evacuado quando a carta com a ameaça foi descoberta. No momento estava ocorrendo uma solenidade para a entrega de carteira de novos advogados e, somente no plenário do prédio, havia cerca de 250 pessoas.
O Esquadrão Antibombas da polícia fez varredura e não encontrou os explosivos anunciados pela carta. O prédio voltou a funcionar na última quinta-feira (16).
"Em 1980 uma carta bomba matou dona Lyda Monteiro lá. Em 2013 uma bomba de festim estourou. Em 2017 enviaram um telegrama com ameaças. Nos 3 casos o motivo foi a defesa dos Direitos Humanos feita pela OAB", relembrou o advogado Rodrigo Mondego, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.
*Com informações do G1.