A Polícia Civil de São Paulo revelou nesta quarta-feira (20) o boletim de ocorrência lavrado pelo ex-jogador Marcelinho Carioca logo após seu midiático sequestro do último final de semana. O ex-atleta de 51 anos, e Taís Moreira, sua amiga de 36 anos, foram raptados na madrugada do último domingo (17) em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, após retornarem de um show da Arena Corinthians.
De acordo com o B.O., cujo conteúdo foi publicado pelo portal Metrópoles, o ídolo corintiano foi pego pelos bandidos na rua Salesópolis, onde mora a amiga. Naquela via ocorre um baile funk, e por isso Marcelinho tinha estacionado seu carro apenas uma quadra abaixo e pediu que Taís o encontrasse ali para a entrega do ingresso de um show que ocorreria no dia seguinte.
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Foi nesse momento que ele viu os bandidos se aproximarem pelo retrovisor e constatou que estavam armados. Marcelinho e Taís então tentaram se esconder e deitaram dentro da Mercedez Bens CLA250 que, segundo a polícia, foi a motivação para o crime. Mas não adiantou.
Uma vez abordados, o ídolo tentou argumentar. “Não façam isso, eu sou o Marcelinho Carioca”, disse momentos antes de levar as coronhadas na cabeça e no olho esquerdo.
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Debilitado por conta das pancadas, o ex-atleta foi encapuzado ao lado da amiga e a dupla mantida no banco traseiro do veículo. Nesse meio tempo, as vítimas foram levadas para o baile funk que ocorre naquela mesma localidade por aproximadamente 1 hora. Só depois foram levados ao cativeiro.
Uma vez no local, os criminosos se deram conta de que Marcelinho era Marcelinho, e se apressaram para comprar água e comida para as vítimas, que passariam a noite e boa parte do dia seguinte ali.
Na segunda (18), horas antes de Marcelinho ser libertado graças a denúncias anônimas que revelaram a localização do cativeiro à polícia, os sequestradores divulgaram um vídeo em que o ex-jogador aparecia com o olho roxo, junto com uma mulher casada, dizendo que tinha um relacionamento com ela, e que como o marido da moça teria descoberto, os dois teriam sido então sequestrados por ele, ou a mando dele. A mulher também fala no registro feito pelos bandidos e confirma a história da traição.
Para os investigadores, a gravação do vídeo foi uma tentativa dos criminosos de desviar a atenção da polícia.
O dono do imóvel usado como cativeiro foi indiciado nesta terça-feira (19) pela Polícia Civil ao lado de outras 5 pessoas por 6 crimes relacionados ao episódio. Ele e uma mulher que também foi indiciada estão foragidos. Outros quatro indiciados, dois homens e duas mulheres, já foram presos e passaram por audiência de custódia na terça. Eles agora respondem por sequestro, extorsão, formação de quadrilha, roubo, lavagem de dinheiro e receptação.
De acordo com a Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil de São Paulo, que cuida do caso, dez pessoas participaram do sequestro do ex-jogador e ídolo do Corinthians. À TV Globo o delegado Fábio Nelson Fernandes, diretor da Anti-Sequestro, disse que o crime foi ocasional. Ou seja, o grupo não planejou o sequestro de Marcelinho. Mas teve uma espécie de ‘insight do crime’ quando avistaram o carro de luxo do ex-jogador.
“O automóvel chamou a atenção dos bandidos, que avaliaram que o dono dele teria dinheiro para extorquirem. Por isso o sequestraram. Como estava com a amiga, ela foi levada junto. Na hora nem sabiam que se tratava do Marcelinho Carioca. Os dois foram agredidos quando abordados, além de terem sido ameaçados constantemente”, disse o delegado Eduardo Bernardo Pereira.