Um dos participantes de um grupo neonazista de WhatsApp no qual a influencer Carol Inácio, 26, foi inserida e recebeu ofensas racistas, é o mineiro Edmar Alteff Xavier, 25, morador de Uberlândia.
O caso é investigado pela polícia desde agosto do ano passado, quando Carol foi inserida no grupo de neonazistas com o único objetivo de atacá-la.
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O rapaz assume a participação no grupo, mas nega ter escrito textos ofensivos direcionados à vítima.
Em depoimento à Polícia Civil de Minas Gerais, Alteff admitiu que participava do grupo Realities - Red Pill@opressor, no aplicativo de mensagens, com a descrição resumindo o que seus membros pensam: "Somos homens, brancos, hétero normais, devido a isso te oprimimos, né? Portanto, assuma seu lugar de inferioridade total", dizia a bizarra apresentação.
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Carol Inácio foi adicionada neste grupo à revelia, no dia do aniversário dela. Logo após ser inserida, os ataques começaram: "Negras fedem a bicho", "mesma coisa que transar com animal", "no BBB 2022 poderia ter uma senzala de vidro só para negros", escreveram os membros.
No termo de depoimento, Alteff "esclarece que já participou de um grupo de WhatsApp Neonazista e que atualmente não mais participa". Porém, quando foi ouvido na delegacia, em 25 de fevereiro, o investigado reconheceu que Carol foi "uma das vítimas do grupo, sendo que ela foi xingada por 'macaca', 'chimpanzé". Ele disse ainda que participava do grupo apenas para espionar e denunciar o conteúdo das conversas.
No entanto, Carol não foi a única vítima da rede de ódio. O perito de crimes de internet, Wanderson Castilho também virou alvo de perseguição de Edmar Alteff, após recusar um serviço de apagar as postagens neonazistas.
Inconformado com a recusa do profissional, o homem passou a enviar mensagens ofensivas no WhatsApp e a comentar nas publicações do perfil profissional de Castilho. E também publicou fotos do perito em suas próprias redes sociais para reiterar os desacatos.
"Trabalho há 20 anos na área e isso não me isentou de ser vítima. Ele (Alteff) é um dos milhares que com o advento da tecnologia e das redes sociais se acham os reis do anonimato e assediam as pessoas. E a Justiça trata esses casos com lentidão, e falta empatia por parte dos magistrados", disse Castilho.
Para realizar as ofensas, Alteff usava uma série de perfis no Twitter e no Instagram com as contas @edmarseagal9797, @edmar_seagal, @edmarvandamme, @edmaralteff?, seagaledmar97.
O caso também é investigado pela Polícia Civil do Paraná, onde o perito tem residência. Em Minas Gerais, o delegado Fábio Ruz, disse que teve pedidos negados pela Justiça mineira para realizar busca e apreensão dos dispositivos eletrônicos usados por Alteff.
Enquanto isso no Paraná, Castilho também teve um pedido negado pela Justiça, no qual ele pede para que Alteff se abstenha de mencionar seu nome e o de sua empresa sob qualquer pretexto. Dessa forma, o perito vai ter que aguardar o julgamento do mérito da questão para ter seus pleitos atendidos.
Com informações de O Globo