TRAGÉDIA

Jovem de 13 anos que matou a mãe e o irmão mais novo alega que se sentia “pressionado” pela família

O adolescente teve sua internação provisória decretada e será encaminhado para o Centro Educacional do Adolescente da Paraíba; o pai, que também foi baleado, está internado em estado grave

Jovem de 13 anos que matou a mãe e o irmão mais novo alega que se sentia “pressionado” pela família.Créditos: Reprodução/ Facebook
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Um adolescente de 13 anos confessou ter matado a tiros a mãe de 47 anos e o irmão mais novo de sete anos neste sábado (19). O jovem também atirou contra o pai, que está internado em estado grave. O caso ocorreu no município de Patos (PB). O adolescente teve sua internação provisória decretada e será encaminhado para o Centro Educacional do Adolescente da Paraíba. 

Em depoimento à polícia, o jovem declarou que cometeu o crime porque a família o proibiu de usar o celular para jogar e para conversar com os amigos, além disso, o adolescente também afirma que sofria muita pressão para tirar boas notas na escola. 

O garoto foi apreendido logo depois do crime e levado para a Delegacia de Homicídios e Entorpecentes da Polícia Civil em Patos. O seu depoimento foi realizado na presença de uma advogada e de uma parente. O delegado Renato Leite está responsável pelo caso. 

A gota d'água 

Em entrevista à TV Sol, o delegado Renato Leite contou como o jovem cometeu o crime e que tudo aconteceu após uma discussão com o pai sobre notas escolares. 

No depoimento, o jovem afirma que queria continuar a jogar online e que se sentiu "pressionado" por cobranças tanto para estudar quanto para contribuir nas tarefas domésticas, tais como lavar a louça. 

"Estava tirando notas baixas porque em casa só queria saber de estar jogando esse jogo. O menino, quando era cobrado pra arrumar uma cama ou então enxugar uma louça, disse ele que se sentia pressionado. E por esse motivo hoje foi a gota d'água. E ele se armou com a arma do pai e fez o que fez infelizmente. 

O crime

De acordo com o delegado e com a perícia realizada, uma reconstituição dos fatos já possível ser feita: o pai do garoto, que é um policial militar reformado, foi à farmácia comprar um remédio para a esposa e, pouco antes de sair de sair de casa, retirou o celular do filho de 13 anos, no que foi definido pelo jovem como sendo "a gota d'água" que desencadeou o crime. 

Ao voltar da farmácia, o pai já encontrou a esposa morta, que foi baleada enquanto dormia na cama. Neste momento, encontrou o filho com a arma na mão e pediu para ele soltar o revólver. Ao invés disso, o menino atirou no pai e o atingiu no tórax, deixando-o gravemente ferido. 

Com o barulho dos tiros, o irmão do suspeito, de sete anos, correu para abraçar o pai, neste momento, foi baleado pelas costas e morreu no local. 

Segundo o delegado do caso, após matar a mãe e o irmão, e deixar o pai ferido, o jovem guardou a arma do pai e ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

Em um primeiro momento, o suspeito alegou que a família tinha sido vítima de um assalto, e a polícia chegou a pensar que o garoto era sobrevivente de uma chacina. Mas, com o desenrolar das investigações, ele foi apontado como suspeito. Na delegacia confessou ter atirado contra os pais e o irmão. 

O velório da mãe e do irmão vão acontecer numa igreja próxima da casa onde a família morava. O pai segue internado em estado grave.
 

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