VIOLÊNCIA

Assassino de Raquel Cattani diz que recebeu dinheiro do irmão para matar ex-cunhada

Os irmãos Rodrigo e Romero Xavier foram presos suspeitos de serem executor e mandante do crime, respectivamente

O crime brutal mobilizou a polícia do Mato Grosso.Créditos: Sesp-MT
Escrito en BRASIL el

O caso do assassinato de Raquel Cattani, filha do deputado estadual bolsonarista Gilberto Cattani (PL-MT) e que chocou Mato Grosso, teve mais um desdobramento. A jovem foi mrta com 34 facadas.

Acusado de ser o executor do crime brutal, Rodrigo Xavier, ex-cunhado da jovem, de 26 anos, declarou, em depoimento à polícia, que recebeu R$ 4 mil de Romero Xavier, seu irmão e ex-marido da vítima, para matá-la. Ambos foram presos na noite desta quarta-feira (24).

Guilherme Pompeo, delegado responsável pelas investigações, relatou que Rodrigo, inclusive, já teria usado cerca de R$ 1,5 mil da quantia recebida para a compra de um veículo.

Seu irmão, Romero, por sua vez, não confirmou à polícia que teria feito o pagamento. Porém, de acordo com o delegado, ele mostrou ter uma personalidade fria e calculista e não demonstrou remorso ou arrependimento depois da prisão. Ele foi casado com Raquel durante 10 anos e tem dois filhos com a ex-esposa: um menino de 6 anos e uma menina de 3.

Relembre o caso

Raquel foi achada morta, pelo próprio pai, no dia 19 de julho. No local do crime, o sítio onde morava a vítima, em Nova Mutum (MT), os agentes notaram que a janela do quarto dos dois filhos da jovem tinha sido arrombada. A partir dessa evidência, foi solicitada perícia para a coleta de impressões digitais.

Um aparelho de TV quebrado foi deixado propositalmente do lado de fora da casa, o que chamou a atenção dos investigadores. A partir desse momento, a Polícia Civil passou a trabalhar com a hipótese de que a cena foi armada para enganar os agentes.

Desde o início, as suspeitas apontavam para Romero, o ex-marido, que apresentava comportamento possessivo e não aceitava o fim do relacionamento, conforme indicaram as apurações.

Quatro dias antes de ser assassinada, a vítima, que era produtora rural, desabafou para uma amiga, que serviu de testemunha, dizendo que vinha recebendo ameaças por não querer reatar a relação. 

A testemunha contou que Romero foi atrás de Raquel para dizer que “se ela não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém”.

A jovem, inclusive, pretendia instalar câmeras de segurança no entorno de sua propriedade, mas foi assassinada antes disso. De acordo com os policiais, o ex-marido ainda tinha as chaves da casa.

Os investigadores descobriram, também, que Rodrigo Xavier tinha inúmeras passagens pela polícia por furtos e outros crimes, além de um histórico de uso de drogas.

Frasco de perfume

Policiais, durante uma ação na residência de Rodrigo, encontraram um frasco de perfume feminino, que teria sido levado da casa de Raquel, com o objetivo de encenar o suposto latrocínio.

Outros objetos pertencentes à jovem, como um aparelho de som, um cinto, um porta-celular e uma faca, também foram achados.

Diante de tantas evidências, segundo a polícia, Rodrigo confessou ter cometido o homicídio a mando do irmão e afirmou ter sido orientado a levar os objetos para tentar confundir as investigações.

Outra evidência: a bota que ele usava no momento em que foi preso tinha semelhança com a pegada encontrada perto da TV da casa da vítima.

O mandante do crime ajudou o irmão a fugir, deixando-o escondido em um local próximo ao sítio de Raquel. Romero também tentou criar um álibi almoçando com o ex-sogro, o deputado Gilberto Cattani, e, inclusive, chorando na frente dos familiares da vítima durante o velório.

O pai de Raquel, em publicação nas redes sociais feita no domingo (21), chegou a defender o ex-genro a respeito dos boatos envolvendo a participação dele no crime. 

Na noite do assassinato, o ex-marido foi a três boates no município de Tapurah (MT) para reforçar seu álibi de que estava em outra cidade e, portanto, não poderia ser o autor do crime.

Enquanto isso, Rodrigo esperava o momento ideal para atacar Raquel no sítio. Conforme informações da polícia, ele conhecia a rotina da jovem e planejou o assassinato, que ocorreu por volta das 20 horas da quinta-feira (18). Depois do crime, a moto, o celular e a faca usada foram jogados em um rio da região.