Vídeos de um circuito de câmeras de segurança registraram a abordagem policial na última quinta-feira (11), em Goiânia, sobre Henrique Alves Nogueira, de 28 anos. Os policiais dão ordem para que Henrique encoste na parede, o revistam e, em seguida, o colocam no camburão da viatura. Henrique apareceu morto no dia seguinte, deixando esposa e um filho de 4 anos.
Segundo a versão dos policiais, registrada no Boletim de Ocorrência do caso, Henrique seria o garupa de uma moto que andava na contramão e, ao tentar uma manobra para escapar da abordagem policial, teria derrapado, fazendo com que o garupa caísse. O piloto ainda teria atirado contra os policiais, que responderam alvejando-o em seguida. Na sequência abordaram Henrique e com ele teriam encontrado diferentes tipos e quantidades de drogas em uma mochila.
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Para André Veloso, delegado responsável pelo caso, a versão dos oficiais não parece fazer sentido. Ouvido pela reportagem do Uol, o delegado aponta que, no vídeo obtido pelas câmeras de segurança de imóveis situados no local do acontecimento, Henrique não portava nenhuma mochila. Além disso, o delegado aponta que as investigações estão focadas no intervalo de tempo entre a colocação de Henrique no camburão e seu reaparecimento, já sem vida.
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Henrique teria recebido a abordagem policial perto das 8 horas da manhã, quando foi colocado no interior da viatura. No entanto, ele não foi levado para nenhuma delegacia e os PMs só teriam acionado a Polícia Civil por volta das dez da noite relatando o suposto tiroteio com os motociclistas.
“Quero que a justiça seja feita. Está bem claro que o que houve com ele foi uma execução”, disse a esposa de Nogueira para o mesmo portal de notícias - ela pediu para permanecer anônima. Já o advogado da família, Alan Araújo, afirmou à imprensa que reuniu as provas necessárias para contrapor a versão dos policiais. Esse será seu primeiro passo. Além disso, promete observar as investigações e cobrar indenização na forma de uma pensão do Estado para que a mulher possa criar o filho.
Além disso, o advogado acusa os agentes de fraude processual. “Percebemos que houve homicídio qualificado, fraude processual, associação criminosa, porte ilegal de arma e falso testemunho. Esperamos que as investigações sejam concluídas e os responsáveis punidos”, declarou para o Uol. Por sua vez, a Polícia Militar de Goiás afastou os PMs envolvidos no caso e prometeu que o caso será apurado “com o devido rigor”.