O ex-gerente de uma unidade da cafeteria Havanna em Joinville, Santa Catarina, declarou que está passando por dificuldades financeiras, depois de ter sido demitido da empresa.
Jair José Aguiar da Rosa foi mandado embora após o padre Fábio de Melo divulgar um vídeo, nas redes sociais, denunciando uma suposta atitude grosseira do então funcionário. Alegando dificuldades, ele informou que ingressou com pedido de auxílio-doença do INSS.
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“Estou desempregado, sem poder trabalhar por conta do afastamento psiquiátrico e em ajuste medicamentoso. Se não trabalhar, como pagarei aluguel, luz e a compra de alimentos?”, declarou, em entrevista ao F5, na Folha de S.Paulo.
Jair disse, ainda, que reside em uma quitinete de dois cômodos e vive em uma realidade econômica e social muito diferente da do padre. Relatou, também, que tem tomado medicamentos para tratar a saúde mental e, por isso, não consegue sair de casa para procurar emprego.
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“Não estou passando fome, mas passo por uma fase ruim. Graças a Deus, tenho amigos que me ajudam. Mas eu não vou e nem quero ficar dependendo dos outros, nunca precisei me humilhar por um prato de comida”, afirmou.
Ele acrescentou desconhecer a razão da atitude do padre Fábio de Melo. “Em momento algum eu fui mal-educado com ele na cafeteria. Tanto que ele mesmo, no segundo vídeo, fala que eu não falei com ele e nem ele comigo. Mas a primeira impressão é a que fica, e agora me atacam com julgamentos sem nem saber o que de fato aconteceu”.
Relembre o caso
Primeiramente, em vídeos nos Stories de seu Instagram, onde tem mais de 26 milhões de seguidores, Fábio de Melo disse que foi tratado de forma deseducada pelo gerente do estabelecimento, quando foi questionar o preço cobrado por um produto que seria consumido.
O padre contou que escolheu dois potes de doce de leite sem açúcar. Porém, ao se dirigir ao caixa para pagar, verificou que o valor cobrado era “muito maior” do que o indicado na prateleira.
“Muito educadamente, eu disse à moça do caixa: ‘Olha, a soma está errada, porque o doce de leite custa isso. Dois potes, então o valor seria este’. Aí ela ficou ‘meio assim’, foi lá, viu. Ela falou: ‘Não, lá está errado’. E nisso, o gerente já se adiantou, sendo extremamente deselegante ao dizer: ‘O preço está errado e é isso. Se quiser levar, o preço certo é este’”, publicou.
A reclamação gerou a demissão de Jair José Aguiar da Rosa, que rebateu as acusações dizendo que "estão me massacrando, ele [o padre] destruiu a minha vida".
"Se o padre me chama e fala: ‘Seu gerente, olha, está acontecendo isso’, se a gente dialogasse, a conversa era diferente. Eu jamais fui desrespeitoso. Nem sequer falei com o padre. No entanto, minha imagem foi destruída”, afirmou sobre o caso, que ocorreu no Dia das Mães.
Aguiar afirmou que quem foi ao caixa e questionou o preço foi um homem da equipe do padre.
“Foi quando a menina do caixa me chamou para perguntar: ‘Qual o preço do doce de leite?’. Eu falo que o doce de leite zero custa R$ 69 e o normal custa R$ 43,90. Mas ela afirma que o rapaz [da equipe do padre] teria visto por R$ 43,90. Eu vou até a prateleira e pego a placa que está lá. Vou na parte da cozinha e pergunto para o pessoal da minha equipe se alguém teria mudado ela de lugar. Mas percebo que a placa está lá, em uma posição errada, mas com o verdadeiro valor. Eu volto, passo pelo padre. Ele está me seguindo, mas não fala comigo em nenhum momento. Falo com a menina e sigo de volta para o meu trabalho”, contou o homem.
O vídeo vazado da câmera de segurança gerou novo capítulo da polêmica. Mostra que Aguiar estava certo ao dizer que foi um homem da equipe do padre quem reclamou do preço.
As imagens mostram um homem forte, com camiseta regata vermelha, que acompanhava Fabio de Melo, reclamando no caixa. Em seguida, o vídeo mostra a funcionária procurando o gerente que, aparentemente, não faz nenhum gesto deselegante e não se dirige ao padre.
A imagem mostra, ainda, o religioso e o homem que estava com ele acompanhando o gerente da loja, que busca algo em outro setor do estabelecimento.
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