No início do século XVIII, Ouro Preto ocupava uma posição de destaque no cenário urbano e econômico da América. Em 1730, a cidade mineira era a mais populosa da América Latina, com cerca de 40 mil habitantes — o dobro da população de Nova York naquela época. São Paulo, por outro lado, abrigava apenas 8 mil pessoas. O território de Ouro Preto era mais amplo do que hoje, englobando também as áreas que dariam origem a Congonhas, Ouro Branco e Itabirito.
A cidade surgiu oficialmente em 1711, a partir da junção de diversos arraiais formados por bandeirantes e garimpeiros em busca de ouro. Batizada inicialmente de Vila Rica, tornou-se o centro da mineração aurífera no Brasil colonial e exerceu papel fundamental no abastecimento dos cofres portugueses.
Te podría interesar
Ao longo do século XVIII, estima-se que cerca de 800 toneladas de ouro tenham sido enviadas de forma oficial para Portugal. Esse volume expressivo não contabiliza o contrabando, que também era recorrente na região. A intensa atividade mineradora atraiu artistas, arquitetos, religiosos e intelectuais, o que resultou em um rico patrimônio artístico, com destaque para o barroco mineiro — evidenciado nas igrejas, esculturas e construções da cidade, muitas delas assinadas por nomes como Aleijadinho e Mestre Ataíde.
Reconhecida por seu valor histórico e cultural, Ouro Preto foi tombada como patrimônio estadual em 1933 e elevada à categoria de Monumento Nacional cinco anos depois. Em 1980, veio o reconhecimento internacional: a Unesco declarou a cidade Patrimônio Mundial, tornando-a a primeira cidade brasileira a receber esse título.
Te podría interesar
Ouro Preto é, ainda hoje, um símbolo da história do Brasil colonial — e um dos mais notáveis conjuntos urbanos preservados do país.