Um vídeo com mais de 5,3 milhões de visualizações no TikTok levou à repercussão nacional o trabalho de Alana Nascimento, de 46 anos, moradora de Campinas (SP), que há mais de duas décadas produz e vende bonecas hiper-realistas conhecidas como bebês reborn. Em meses de alta demanda, como maio e dezembro, ela afirma chegar a faturar R$ 300 mil com o negócio.
As bonecas são confeccionadas em materiais como vinil e silicone e reproduzem características físicas e comportamentais de recém-nascidos. Algumas simulam ações como mamar, fazer xixi e tomar banho. Os preços variam entre R$ 750 e R$ 10 mil. O modelo que aparece no vídeo viral é um dos mais realistas, segundo a criadora.
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Alana deixou a faculdade de enfermagem no último semestre para se dedicar à produção das bonecas. Antes disso, trabalhou como babá e técnico de enfermagem. Começou customizando bonecas comuns com maquiagem e cabelos sintéticos. Com o tempo, passou a investir em materiais importados e cursos específicos de pintura e escultura.
Brincar de Deus
Apesar do sucesso comercial e da atenção da mídia — ela foi entrevistada pelo Fantástico —, o trabalho também gerou críticas. Nas redes sociais, já foi acusada de “substituir filhos” ou “brincar de Deus”. Alana diz considerar seu trabalho artístico e, em alguns casos, terapêutico.
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Durante a pandemia, a empresária reabriu sua loja com um novo conceito: um espaço que simula uma maternidade, com bonecas expostas em incubadoras hospitalares descartadas e restauradas. Vendedoras vestidas como enfermeiras fazem apresentações de "parto" simbólico para os clientes, encenando o nascimento das bonecas.
Segundo Alana, cada peça pode levar até três semanas para ser finalizada. A produção inclui múltiplas camadas de tinta levadas ao forno e implantação de cabelos fio a fio. Ela afirma produzir de 10 a 20 bonecas por mês, com o apoio de uma pequena equipe.
Os clientes incluem crianças, colecionadores e pessoas em busca de conforto emocional. Em alguns casos, as bonecas foram usadas para fins educativos, como a simulação de feridas em modelos destinados ao treinamento de curativos em crianças com doenças raras.
Apesar da crescente popularidade do segmento, o universo reborn continua a dividir opiniões.