Com a passagem de 2024 para 2025, o Brasil finalmente assume a presidência rotativa dos Brics (grupo de cooperação político-econômica formado principalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
O logotipo escolhido para o grupo, ainda no final de 2024, foi uma árvore amazônica de tradição milenar, a sumaúma (também chamada samaúma pelos povos amazônicos), cujo significado presta uma reverência aos laços de cooperação entre os países.
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Agora, a partir de 1° de janeiro de 2025, cabe ao governo brasileiro instituir seus principais focos temáticos para a presidência do grupo ao longo do ano, sob o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", escolhido pela presidência, conforme comunicado do governo federal.
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A soma dos países a compor o Brics de maneira oficial já corresponde a 40% da população global, informa a Agência Gov, e as regiões integradas representam as maiores tendências de crescimento esperadas para a próxima década, aponta o último levantamento mundial do FMI (Fundo Monetário Internacional). É 37% da economia mundial em PIB e 44% das reservas de petróleo já descobertas, além de 35% de todas as reservas de gás. Uma responsabilidade e tanto.
Brasil na presidência dos Brics: cooperação Sul-Sul e reforma da governança global
A agenda do Brasil para o grupo, afirma o comunicado do Planalto desta quarta-feira (1/1), deve se concentrar em dois eixos: a cooperação Sul-Sul e a reforma da governança global, que já havia sido uma demanda apresentada pelo presidente Lula durante o fórum mundial das Nações Unidas em 2024.
As prioridades da agenda, por sua vez, são definidas em cinco ações práticas, dedicadas ao fortalecimento institucional dos Brics (a quinta meta) e ao avanço de políticas de desenvolvimento sustentável.
São elas:
- Facilitação do comércio e investimentos entre os países do agrupamento, por meio do desenvolvimento de meios de pagamento
- Promoção da governança inclusiva e responsável da Inteligência Artificial para o desenvolvimento
- Aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas, em diálogo com a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025)
- Estímulo aos projetos de cooperação entre países do Sul Global, com foco em saúde pública
- Fortalecimento institucional do BRICS.
Como nota o comunicado, é função do Brasil organizar e coordenar as reuniões do grupo, que devem ocorrer entre fevereiro e julho de 2025, somando mais de 100 encontros totais até lá.
Este ano, a Cúpula do Brics vai ocorrer, em julho, no Rio de Janeiro.
O Brasil também deve sediar, em novembro de 2025, a edição número 30 da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém - PA.