BOLO

Bolo envenenado: o absurdo motivo fútil que teria levado a um dos assassinatos

Sete pessoas de uma mesma família do Rio Grande do Sul foram internadas após comer o bolo; três delas morreram

O bolo emvenenado.Créditos: Reprodução
Escrito en BRASIL el

O caso ganhou as manchetes pouco antes do Natal do ano passado. Sete pessoas passaram mal durante uma reunião familiar em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, no dia 23 e dezembro. Após comerem o bolo, todos precisaram de atendimento médico. Três mulheres morreram, enquanto outros quatro membros da família, incluindo uma criança de 10 anos e a mulher que preparou o bolo, foram internados.

O que, a princípio parecia ser um caso de intoxicação alimentar, se transformou em uma investigação criminal, com suspeita de envenenamento em consequência de intrigas familiares. A principal suspeita é Deise Moura dos Anjos, nora da mulher que preparou o bolo. Ela foi indiciada por triplo homicídio qualificado e três tentativas de homicídio.

Segundo as suspeitas, ela se valia de uma grande capacidade de manipulação para encobrir seus crimes e semear a discórdia entre os familiares.

Sete envenenados, três mortos

Sete pessoas da família estavam reunidas para um café em Torres. Logo após ingerirem o bolo, seis delas começaram a sentir os primeiros sinais de intoxicação. Zeli, que preparou o bolo e também consumiu duas fatias, percebeu um sabor estranho e alertou os demais para interromperem o consumo. Apesar disso, três mulheres não resistiram: Maida Berenice da Silva, Neuza Denize dos Anjos e Tatiana dos Anjos.

Maida (59) era irmã de Zeli e também consumiu o bolo. Por enquanto, não há informações sobre quais seriam os desentendimentos dela com Deise.

Já Neuza Denize Silva dos Anjos (65), também irmã de Zeli, era alvo do envenenamento. Os investigadores descobriram que ela tinha desentendimentos com Deise. O problema era a sua filha, Tatiana Denize (47).

Tatiana era prima de Deise e um exemplo estarrecedor da futilidade da motivação dos crimes. Denize simplesmente resolveu se casar na mesma igreja que Deise já havia escolhido. O fato da prima escolher o mesmo local e casar antes dela nunca foi perdoado.

O pai e o ex-marido

A polícia descobriu poucos dias após o crime que o ex-marido da mulher responsável pelo preparo do bolo havia morrido em setembro deste ano. Na época, a causa registrada foi intoxicação alimentar, mas a morte não foi investigada.

Com os novos desdobramentos, a polícia pediu a exumação do corpo do homem para verificar a possibilidade de envenenamento. 

"Como tivemos ciência hoje desse fato, instauramos um inquérito policial e vamos exumar o corpo deste senhor para verificar se houve envenenamento também", disse o delegado Marcos Vinícius Veloso.

Há a suspeita ainda de que Deise tenha envenenado o próprio pai, José Lori da Silveira Moura, que morreu em 2020, aos 67 anos, em Canoas, por cirrose. Ela teria, segundo hipóteses da investigação, envenenado o pai com doses menores de arsênio e gradualmente ao longo do tempo.

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