ELEIÇÕES 2024

Marçal se desespera na Faria Lima, promete "baixaria" em debate e ganha apoio de Carla Zambelli

Com engajamento em queda nas redes após suspensão de perfil impulsionado por milícia digital paga no Discord, ex-coach ainda prometeu "mandar um tráfego pago que a eleição nunca viu na história", mostrando o nível do desespero

Pablo Marçal em live com Carla Zambelli e surtando em entrevista a jornalistas na Faria Lima.Créditos: Reprodução de vídeo Instagram e Youtube
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Bateu o desespero. Após cair de 22% para 19% na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (12), Pablo Marçal (PRTB) deu chilique e prometeu "a maior baixaria de todos os tempos" no debate deste domingo (15) na TV Cultura durante uma carreata esvaziada na avenida Faria Lima, principal centro financeiro do país, na zona sul de São Paulo.

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Em entrevista a jornalistas, o ex-coach usou a velha tática da extrema-direita tentando colocar todos os adversários no que classificou de "consórcio comunista do Brasil" - incluindo Ricardo Nunes (MDB), com quem divide o eleitorado ultradireitista de Jair Bolsonaro (PL).

"O que eu espero é que seja a maior baixaria de todos os tempos, porque eles estão brincando com a honra das pessoas e, de forma deliberada, destruindo a história que a gente construiu. Não esperem que eu poupe ninguém naquele debate. Vou mostrar proposta, mas vou ser bem duro".

Marçal disse ainda que está "pegando bem fraco, pegando muito leve com os comunistas e que agora vou bater doído". 

Na estratégia de roubar eleitores da ultradireita, Marçal ainda acusou Nunes, "o bananinha", de ligação com o Primeiro Comando da Capital, o PCC, embora tenha diversos assessores que chegaram até mesmo confessar elo com membros da facção, como o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche.

"Nunca tivemos tantos esquemas de corrupção, e ele vai pagar caro. Se quiserem impunidade, votem no bananinha, porque se voltarem em mim eu vou colocar esse cara na cadeia", disse o ex-coach, atacando Nunes em mais um ataque de megalomania, já que prefeito não tem poder de polícia ou justiça.

Pagar impulsionamento

Marçal ainda mostrou destempero com a queda de engajamento nas redes sociais, como revelou a Fórum em reportagem nesta sexta-feira.

Na entrevista, o ex-coach prometeu "mandar um tráfego pago que a eleição nunca viu na história", sinalizando que pretende despejar dinheiro para pagar por impulsionamento de suas publicações.

"Não sei se vocês perceberam, eu não rodei ainda a estratégia minha de tráfego pago. Eu vim até aqui só com a força de vontade, celular, Deus e o povo. Agora a gente vai mandar um tráfego pago que a eleição nunca viu na história. E eu estou bem tranquilo porque vai dar uma explodida", disse.

Marçal, no entanto, ignorou que teve as redes suspensas pela Justiça justamente por operar um esquema de premiação na plataforma Discord, onde pagava a usuários das redes que mais propagavam cortes de seus conteúdos.

O desespero com a queda de engajamento nas redes pode ser visto ainda no aumento exponencial de publicações do ex-coach.

Somente nesta sexta-feira, foram mais de 70 publicações no feed do Instagram pra tentar gerar engajamento, que caiu para menos de 1% do número de usuários que comentam ou curtem os posts.

Entre as publicações, Marçal destacou um apoio inusitado, que mostra o racha no bolsonarismo. Ré por perseguição armada nas eleições de 2022, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) "fez o M" e declarou apoio ao ex-coach, contrariando Bolsonaro e o próprio partido, o PL, que apoia Nunes.

Carla Zambelli se tornou persona non grata no clã do ex-presidente após Bolsonaro colocá-la como uma das responsável pela derrocada nas eleições de 2022 pela perseguição armada promovida por ela às vésperas do segundo turno das eleições.