CRISE CLIMÁTICA

Perto dos 39ºC, SP está em alerta de perigo e incêndio em todo o estado, mostra Inmet

Nunes e Tarcísio foram oficiados por não decretarem emergência climática em meio às mortes pelo tempo seco e fumaça das queimadas

Temperaturas em SP podem chegar até 39ºC no sábado (14)..Créditos: Reprodução/Defesa Civil
Escrito en BRASIL el

O calor intenso, com temperaturas podendo chegar a 39ºC, e a baixa umidade do ar mantém São Paulo em alerta máximo. O aviso de risco elevado para incêndios foi prorrogado até sábado (14). A combinação de calor extremo e seca aumenta significativamente o perigo de queimadas, especialmente no interior do estado.

São José do Rio Preto e Araçatuba podem chegar aos 38°C, enquanto Presidente Prudente e Marília podem atingir 39°C. O Inmet colocou todo o estado de São Paulo em alerta vermelho devido à onda de calor, com temperaturas 5°C acima da média. A umidade vai ficar abaixo de 25%.

A Defesa Civil alerta para o risco extremo de incêndios florestais em São Paulo. Com a seca, a umidade do ar deve cair significativamente à tarde, especialmente no interior do estado. O mapa de risco indica que quase todo o território paulista está em alerta máximo (nível roxo). Apenas o litoral e pequenas áreas do sul e nordeste apresentam risco alto (nível vermelho).

Segundo o Inmet, a capital paulista deve registrar temperaturas entre 32°C e 35°C nos próximos dias. São Paulo registrou a segunda maior temperatura do ano no último domingo, com 34,5°C, quebrando o recorde de calor para o inverno.

Nunes e Tarcísio ignoram alertas

A deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi, todos do PSOL de São Paulo, enviaram nesta quarta-feira (11) ofícios ao prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), solicitando que seja decretado estado de emergência climática no estado. Os parlamentares destacam a urgência de ações para mitigar os efeitos do aquecimento global, com foco nas consequências do tempo quente e seco, agravadas pelas queimadas e fumaça que afetam diversas regiões.

Entre as medidas propostas, os deputados pedem a distribuição de garrafas de água e máscaras em locais de grande circulação, como unidades de saúde, escolas, terminais de ônibus, além de estações de metrô e trem. A proposta visa priorizar a população mais vulnerável, especialmente as pessoas em situação de rua, que sofrem de forma intensa com as altas temperaturas e a qualidade do ar comprometida pela poluição.

Os parlamentares também exigem a realização de campanhas estaduais e municipais de conscientização, com orientações sobre a importância da hidratação e da proteção respiratória, com o objetivo de informar a população sobre os cuidados necessários durante este período crítico.

Além disso, foi solicitada a ampliação do rodízio de veículos na capital paulista, uma medida que visa reduzir a emissão de gases poluentes. Essa ação está alinhada com as recomendações de especialistas em meio ambiente, que apontam que a redução do tráfego de automóveis contribui para a melhoria da qualidade do ar e para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

O ofício ao prefeito e governador vêm em um momento em que a cidade de São Paulo enfrenta um aumento significativo de mortes e internações por problemas respiratórios, e especialistas alertam para os efeitos prolongados da exposição ao calor e à baixa umidade. 

A cidade de São Paulo registrou, de agosto até a primeira semana de setembro, 76 mortes em decorrência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Ao todo, segundo dados da secretaria municipal de Saúde divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo, foram registrada 1.523 notificações do problema de saúde no período.