O coach goiano Pablo Marçal (PRTB), um forasteiro que jamais morou um dia em São Paulo e quer governar a maior megalópole do país, de acordo com o Datafolha, está derretendo como gelo sob o sol. Além de ter despencado para a terceira posição e perdido 3 pontos percentuais em relação ao último levantamento, de uma semana atrás, indo de 22% para 19%, ele também viu um outro indicador ir “à lua”: sua rejeição.
No Datafolha desta tarde, Marçal foi apontado por 44% dos paulistanos como um sujeito em quem jamais votariam, em hipótese alguma, contra 37% de Guilherme Boulos (PSOL), candidato que naturalmente apresenta índices mais elevados devido a todo o processo de incineração que sofre por parte da imprensa hegemônica por seu passado em movimentos sociais que lutam por habitação. No caso do coach, a curva da rejeição não para de subir.
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Na sondagem divulgada em 5 de setembro, exatamente uma semana atrás, Marçal tinha 38% dos entrevistados dizendo que nunca apertariam seu número na urna. Agora, essa marca foi a 44%, um crescimento estratosférico de 6 pontos percentuais em sete dias. Isso, ao que consta, pode ser explicado por três fatores muito claros.
A arrogância de Marçal parece ter passado do ponto, indo muito além da postura de Jair Bolsonaro (PL), por exemplo. Ele diz abertamente que “tem habilidade para falar com otários” e chama seus eleitores de ignorantes ao afirmar que “eles só querem baixaria”. A postura de andar com carrões milionários, desdenhando de tudo, no começo causou encanto, mas agora já dá ar totalmente pedante.
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Certamente com mais peso que isso, uma outra questão que implica na rejeição a Marçal é seu passado de criminoso, exposto à exaustão. Ele foi integrante de uma quadrilha do crime organizado que aplicava golpes em bancos, por meio de fraudes contra pessoas simples, normalmente idosos aposentados, roubando senhas. Foi condenado a quatro anos e cinco meses de cadeia por furto qualificado, embora não tenha cumprido um só dia na cela pela prescrição da sentença. No horário eleitoral, espaço do qual Marçal não participa por estar num partido sem representação no Congresso, essas histórias de bandidagem são lembradas o tempo todo.
Por fim, e talvez o mais importante dos fatores, está a guerra aberta deflagrada pelo bolsonarismo evangélico, que invadiu as igrejas das periferias paulistanas para demonizar a candidatura do coach condenado por ser integrante do crime organizado. Bolsonaro, o “pastor” Silas Malafaia e outros clérigos fundamentalistas de grosso calibre passaram a mirar em Marçal, sem rodeios, para favorecer Nunes, o candidato oficial da extrema direita capitaneada pelo ex-presidente.
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