Um caso que intrigava a Polícia Civil de São Paulo há meses começou a ser desvendado na terça-feira (27). Giovana Pereira Caetano de Almeida, uma adolescente de 16 anos que havia desaparecido sem deixar rastros em dezembro de 2023, teve seu corpo encontrado em um sítio na cidade de Nova Granada, no interior paulista.
Inicialmente, uma denúncia anônima à Polícia Militar levou os agentes até a propriedade rural para averiguar a informação de que um corpo estava enterrado numa área erma do local. Chegando lá, os PMs entraram em contato com o caseiro do sítio, Cleber Danilo Partezani, que passou a ser interrogado e resolver confirmar que, de fato, uma garota havia sido clandestinamente sepultada lá.
Depois que o cadáver foi localizado, o funcionário foi levado à delegacia e contou às autoridades os pormenores sobre o crime. Seu patrão, dono do sítio, o empresário Gleison Luís Menegildo, cuja idade não foi revelada, teria junto com ele mantido relações sexuais consensuais com a adolescente, consumindo cocaína. De acordo com a versão, ela teria entrado em condição de overdose e morrido. A ideia de sepultá-la ilegalmente na propriedade teria sido uma forma de evitar um escândalo.
Muito se ventilou sobre a hipótese de a garota ter levado um currículo para Menegildo, em busca de um estágio, e que a partir daí um crime de assassinato poderia ter ocorrido. Ainda que a hipótese de um feminicídio não tenha sido esclarecida, a mãe da vítima, Patrícia Alessandra Pereira, de 39 anos, confirmou em entrevista ao jornal “Diário da Região”, com sede em São José do Rio Preto, que Giovana teria uma “relação” com o empresário havia algum tempo.
“Ela já tinha saído com esse cara. Eu soube pelo que vi no celular dela. Conheço ele. Por isso, não acredito que ela tinha ido pedir estágio. Acho que ela foi sair com ele para se encontrar. Eles já se conheciam... Ela me falou tempos atrás que eles tiveram uma relação e ele se ofereceu para ajudá-la financeiramente”, disse a mãe à publicação do interior.
Em seu depoimento, Menegildo reafirmou a história da overdose e do sexo consensual, mas retomou a versão de que tudo teria começado porque a garoto havia o procurado para conseguir um estágio, sem fazer menção a qualquer outro encontrou o contato íntimo entre os dois anteriormente. Nas buscas realizadas no sítio, a polícia localizou também armas de fogo em situação irregular.
Os dois foram detidos e a Polícia Civil abriu uma investigação contra eles por posse ilegal de arma de fogo e ocultação de cadáver. O juiz na audiência de custódia concedeu liberdade para os acusados, sob o pagamento de uma fiança de R$ 21 mil. O Núcleo de Polícia Científica da Polícia Civil de São Paulo, agora, aguarda os resultados dos laudos e exames realizados com amostras do corpo de Giovana para descobrir a causa da morte, se houve um homicídio e se a vítima, como dizem os acusados, morreu de overdose por consumo de cocaína.