DIVERSIDADE E POLÍTICA

Candidatura coletiva em Salvador une pastor, feministas, drag queen e transgênero

“Será a única candidatura coletiva do PT em Salvador. A ideia é justamente pensar nessas diversidades”, afirma pastor

Brisa Moura, Petra Perón, Valneide Moreno, Joel Zeferino e Maggie (que não está na foto) formam a Coletiva.Créditos: Instagram / Joel Zeferino
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Uma pré-candidatura coletiva do Partido dos Trabalhadores (PT) de Salvador está causando alvoroço na capital baiana por sua diversidade e representatividade. O grupo reúne 5 pessoas: Petra Perón, drag queen e ativista cultural, Joel Zeferino, pastor batista há 25 anos, Walneide Mendes, mulher preta engajada social e educacionalmente, Brisa Moura, que é uma mulher feminista e bissexual e Meg de Sousa Azevedo, que é uma mulher trans travesti lésbica.

A enorme pluralidade da coletiva chama a atenção em tempos de acirramento de ideias e de marginalização do “diferente”. E promete agitar muito a campanha por sua unicidade e peculiaridades, além da força de suas bandeiras - diversidade sexual e de gênero, direitos das mulheres, combate ao racismo e a pobreza - e a experiência de quem já tem dado contribuições há décadas pelos Direitos Humanos.

Quem compõe a pré-candidatura coletiva

A cabeça da Coletiva será Petra Perón, que já foi Miss Salvador Gay e Miss Brasil Gay versão Bahia. Trabalhou como assessora parlamentar e iniciou sua militância no movimento estudantil da UFBA. Atualmente, coordena a Escola de Formação Luiza Mahin e é Secretária LGBTI+ do PT de Salvador.

Joel Zeferino, que é pastor da Igreja Batista Nazareth, professor de teologia por 13 anos, foi fundador e Presidente da Aliança de Batistas do Brasil (ABB) por dois mandatos, foi também presidente do Conselho Latino-Americano de Igrejas Cristas – CLAI-Brasil, e Vice-Presidente da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). Integrou o primeiro comitê nacional de diversidade religiosa, ligada a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e atualmente compõe o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), representando a ABB, no comitê de ecumenismo e diálogo inter-religioso.

Walneide Mendes Moreno é uma mulher preta engajada social e educacionalmente. Formada em Magistério, dedicou-se à gestão de creches comunitárias. Mãe de três filhos, ela tem forte atuação na economia solidária popular, faz parte da Unisol Bahia e é fundadora e vice-presidente da Associação Ciranda das Mulheres da Bahia. Além disso, foi presidenta da Associação dos Artesãos de Alagados de Salvador. Atualmente, é presidenta do PT da Nona Zonal.

Brisa Moura, Feminista, bissexual, antirracista e mãe de duas meninas. Começou a militância no movimento estudantil da UFBa e se formou em Humanidades. Militante em defesa do SUS, se especializou em Gestão do Trabalho e Educação na Saúde. Foi secretária Estadual de Mulheres do PT na Bahia, coordenadora na Superintendência de Inclusão Sócioprodutiva na Secretaria de Mulheres do Governo Estadual e, recentemente, coordenou pelo estado a Casa da Mulher Brasileira, em Salvador.

Meg Azevedo se reconheceu como mulher trans aos 47 anos e iniciou sua transição há cinco anos, período em que se tornou um ser político e se envolveu ativamente na política. Com formação em música pela Universidade Federal da Bahia, Meg se dedica profissionalmente à prática musical e atua como educadora em diversos ambientes, ensinando violão, baixo, guitarra, cavaquinho, piano, percussões e iniciação ao canto. Engajada em questões sociais e políticas, ela usa suas redes sociais para promover conteúdos sobre raça, gênero, sexualidade e classe, e continua impactando vidas por meio da arte e educação, inspirando a comunidade LGBTQIA+ e defensores da igualdade.

Celebração da diversidade

Segundo Joel Zeferino, esta “será a única candidatura coletiva do PT em Salvador. A ideia é justamente pensar nessas diversidades”. A candidatura coletiva celebra essa diversidade de pessoas e existências tão plurais como catalisadora de uma nova política, trazendo inclusive em si mesma um grito contra todo o preconceito e exclusão, conseguindo unificar extratos tão diversos da sociedade em uma voz potencializada pela unidade na diversidade.

Tudo isso promove a inovação e a criatividade, essenciais para o progresso social, econômico e cultural. Além disso, ao valorizar e incluir diferentes identidades e histórias, fomenta-se a justiça social e combate-se a discriminação e o preconceito. Essa é a ideia da pré-candidatura coletiva. Em um mundo globalizado, a capacidade de entender e respeitar a diversidade cultural, étnica, de gênero e de orientação sexual é crucial para a construção de uma sociedade mais coesa, empática e resiliente.