VIOLÊNCIA

Mistério: Polícia ouve testemunhas do caso da filha de deputado, morta com 34 facadas

Parlamentar bolsonarista e pai da vítima, Gilberto Cattani defende ex-genro, que é alvo das investigações

Raquel Cattani tinha 26 anos.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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O crime que chocou a população do Mato Grosso continua sem solução. A Polícia Civil do estado (PC-MT) começou a ouvir, nesta segunda-feira (22), os depoimentos de familiares e pessoas próximas a Raquel Cattani, de 26 anos.

A jovem era filha do deputado estadual bolsonarista, Gilberto Cattani (PL-MT), e foi encontrada morta, na manhã de sexta-feira (19), na casa onde morava, na zona rural de Nova Mutum, a mais de 200 km de Cuiabá. Raquel levou 34 facadas, conforme apurações iniciais.

Os investigadores colheram depoimentos dos pais da vítima, pela manhã. Em seguida, serão ouvidos amigos próximos à jovem. Segundo a polícia, as equipes das delegacias de Nova Mutum seguem em diligências na região onde ocorreu o homicídio “para coletar informações que possam colaborar no esclarecimento” do crime.

A residência de Raquel tinha claros sinais de violência, inclusive com um aparelho de televisão quebrado. Além disso, uma motocicleta foi levada do local, conforme informou a polícia.

A primeira linha de investigação era de que o crime teria sido um feminicídio. O ex-marido de Raquel, Romero Xavier, chegou a ser considerado suspeito, mas a polícia logo o descartou. O casal estava em processo de separação.

Gilberto Cattani saiu em defesa do ex-genro. O deputado fez uma postagem nas redes sociais e comentou sobre as investigações da Polícia Civil.

“Com o coração partido, mas preciso falar algumas coisas aqui…. o marido da Raquel não foi preso nem confessou crime algum e nem eu matei minha filha como foi noticiado.... tenham pelo manos respeito a dor alheia seus desgraçados...”, desabafou o parlamentar.

Tudo o que ele (Romero Xavier) disse em depoimento, até agora, foi coerente com aquilo que levantamos in loco. Os lugares que ele citou que foi, isso foi averiguado e confirmado. Por ora, ele vai ser liberado. E não há um flagrante de delito, só que a Polícia Civil não descarta nenhuma possibilidade. Nós tivemos a precaução de ouvi-lo ainda neste momento, de averiguar essas informações e conforme perguntado, a linha de investigação ainda é muito incipiente para a gente informar, porque pode atrapalhar nosso trabalho”, esclareceu o delegado Guilherme Pompeo, responsável pelas investigações.

Relembre o caso

Raquel Cattani foi encontrada morta, na manhã de sexta (19), no imóvel onde residia, na zona rural de Nova Mutum. Ela foi achada por um familiar.

A perícia realizada no local concluiu que os ferimentos causados no corpo da jovem foram feitos por uma arma branca. Informações iniciais davam conta que Raquel levou 34 facadas.

“A vítima, pelas lesões, a gente consegue constatar também que houve uma luta corporal. A vítima foi muito forte no momento, resistiu àquela agressão. Pelos tipos de lesões que a gente identifica no corpo, e o corpo fala, a gente pôde perceber isso. Foi encaminhado esse material para Cuiabá, onde a gente vai fazer toda a análise molecular de coleta, DNA e, posteriormente, o confronto com alguns suspeitos que a investigação por parte do delegado trouxer”, relatou o perito Jomar Silva Magalhães.

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